Crítica: “Um Limite Entre Nós” reúne atuações fortes de Denzel e Viola
Vencedor do Oscar de melhor atriz coadjuvante (Viola Davis), “Um Limite Entre Nós” acompanha as crises e alegrias de uma família nos anos 50
atualizado
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“Um Limite Entre Nós”, adaptação da peça “Fences”, de August Wilson, é o tipo de filme que corre o risco de ser chamado (pejorativamente) de “teatro filmado”. Afinal, o texto do tablado parece ter sido absorvido, sem cortes ou edições, pelo longa-metragem. Há monólogos e diálogos longos, a câmera é discreta e a montagem abre espaço para que as cenas durem o quanto tiverem que durar.
Mas é justamente essa a ousadia do novo projeto de Denzel Washington como ator-diretor: adaptar a conceituada peça de Wilson com o mínimo de ajustes. Ao não suavizar a verborragia do texto, o filme cresce em crueza, vigor e intensidade.
O falado e o não dito
Não há uma exatamente uma trama a seguir, uma história a ser contada. Maxson tinha 30 e tantos anos quando viu que não conseguiria se tornar um jogador profissional de beisebol. Hoje, aos 50 e poucos, reprime o sonho do filho Cory (Jovan Adepo), postulante a profissional no futebol americano.
Rose Lee (Viola Davis), mulher de Troy, adora rir das longas histórias contadas por ele. Mas também é a única pessoa que consegue removê-lo de seus discursos amargos, da avareza que o impede de dar uns trocados para o filho mais velho, o músico Lyons (Russell Hornsby), das atitudes explosivas diante do irmão Gabriel (Mykelti Williamson).
“Um Limite Entre Nós” nasce do texto de Wilson, mas encontra na câmera de Washington uma frontalidade carregada de poder gestual. Um filme falado, mas também capaz de desbravar o não dito, os sentimentos pontiagudos e carinhosos que se colocam entre um corpo e outro.
Avaliação: Bom
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