Crítica: “Trolls” investe na fofura, mas só acerta nos covers musicais
Nova animação do estúdio de “Shrek”, “Trolls” traz bichinhos fofos e divertidas sequências musicais
atualizado
Compartilhar notícia
Não é por acaso que “Trolls” revela a frase “dos mesmos criadores de Shrek” em seus materiais de publicidade. Baseada nos bonequinhos criados por Thomas Dam no fim dos anos 1950, a animação tenta resgatar o espírito de conto de fadas irônico, pop e cheio de sequências musicais da conhecida franquia.
Por isso, traz Mike Mitchell, de “Shrek para Sempre” (2010), para dirigir a aventura ao lado do estreante Walt Dohrn. Em um mundo de fantasia quase psicodélico de tanta cor e purpurina, os trolls vivem entre abraços, dancinhas e cantorias. Há alguns anos, eles conseguiram fugir dos dentes e garras dos Bergens, seres gigantes que acreditam numa receita para a felicidade: devorar trolls.
Uma cozinheira expulsa do reino dos Bergens localiza os trolls tempos depois e consegue capturar um punhado deles para conseguir retornar ao castelo. A princesa Poppy, então, junta-se ao emburrado e cinzento Tronco para tentar salvar os amigos.
Conto de fadas chato, mas ótimas sequências musicais
A intenção da DreamWorks é, eras depois de “Shrek”, conquistar o público com outra historinha de fantasia que transita entre a fofura e o sarcasmo. Uma dupla frequência de humor para fisgar crianças e adultos, proposta que o estúdio Pixar desenvolve com maestria. “Trolls” parece mais próximo de “Minions” (2015), da Fox, um filme que funciona como uma evolução natural da franquia do ogro.
Há um certo potencial anárquico em “Trolls”, mas a animação acaba sendo um produto bem confortável dentro do padrão dos desenhos blockbusters: cenas de perseguição, visual deslumbrante e uma narrativa que procura sempre atingir notas fáceis de comunicação com a plateia (humor físico, final feliz).
Quando mira o público mais crescido, a animação realiza seu principal acerto: enche as lacunas da história com coreografias e covers de músicas pop. O repertório vai de “Sound of Silence”, da dupla Simon & Garfunkel, a “Total Eclipse of the Heart”, de Bonnie Tyler, passando por “Clint Eastwood”, do Gorillaz. Boa sacada, mas insuficiente para salvar o conto de fadas da sensação de déjà vu.
Avaliação: Regular
Veja horários e salas de “Trolls”.