Crítica: “Todo o Dinheiro do Mundo” é salvo por Christopher Plummer
Michelle Williams e Mark Wahlberg passam longe de seus melhores papéis e soam tão frios quanto o filme
atualizado
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Antes mesmo de estrear, o filme “Todo o Dinheiro do Mundo” já estampava as páginas dos jornais. O longa ganhou destaque após o ator Kevin Spacey receber as primeiras denúncias de abuso sexual e o diretor, Ridley Scott, decidir afastar o protagonista de “House of Cards” da produção.
A escolha de Christopher Plummer para substituir Spacey, as refilmagens faltando apenas um mês para o lançamento nos Estados Unidos, ou a disparidade de salários pagos a Michelle Williams e Mark Wahlberg: tudo virou manchete e polêmica.Assinado por David Scarpa, o roteiro de “Todo o Dinheiro do Mundo” conta a história real do sequestro de John Paul Getty III (Charlie Plummer), em 1973, na Itália. A trama se desenrola a partir da negativa do milionário J. Paul Getty (Christopher Plummer) em pagar o resgate do neto, e das tentativas desesperadas da mãe, Gail Harris (Michelle Williams), para convencê-lo.
A partir daí, acompanhamos negociatas feitas entre o conselheiro e ex-agente da CIA Fletcher Chase (Mark Wahlberg) e os sequestradores na tentativa de abaixar o valor do resgate. Nesse meio termo, os criminosos vão ficando cada vez mais impacientes e violentos.
As reviravoltas de bastidores (remoção de Spacey, entrada de Plummer) devem influenciar no julgamento do resultado final da obra? Os membros da Academia de Hollywood que elegeram os indicados ao Oscar 2018 entendem que sim.
Ganhador do Oscar por “Toda Forma de Amor” (2012), Plummer recebeu nova indicação para melhor ator coadjuvante por “Todo o Dinheiro” – a terceira na carreira. Quando ganhou a estatueta, aos 82 anos, tornou-se o vencedor mais velho da premiação entre todas as categorias.
Apesar de a substituição de Spacey ter soado um pouco como mera politicagem, Plummer encarnou com maestria o magnata americano Jean Paul Getty. Talvez um dia possamos comparar as atuações de Spacey e Plummer, já que o próprio Ridley Scott admitiu, em entrevista, a possibilidade de as cenas de Kevin serem reveladas no futuro.
Mas a experiência profunda e intensa que Christopher deu ao personagem nos faz questionar se ele não deveria ter sido a primeira escolha de Scott, desde o início da produção.
Avaliação: Bom