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Crítica: Todo Dia tem tudo para ser o novo clássico adolescente

Com mensagem importante sobre amor universal, o filme acaba se concluindo na heteronormatividade típica do gênero

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1 de 1 EVD_04329 - Foto: Divulgação

Com elenco extenso e composto de adolescentes com talentos variados, o longa Todo Dia, baseado no livro homônimo de David Levithan, chega aos cinemas com todos os elementos para ser o novo hit teen.

A história gira em torno de Rhiannon (Angourie Rice), uma adolescente gentil, inteligente e bonita que se apaixona por uma pessoa da mesma idade dela, mas com uma grande diferença: A, como gosta de ser chamado, acorda todos os dias em um corpo diferente.

O filme propõe diversas discussões sobre amor e sexualidade. O metamorfo A aparece em corpos de meninos e de meninas, sempre arrebatado pela paixão que sente por Rhiannon. Dessa forma, a mocinha, com a qual qualquer adolescente se identificaria, aparece atraída por pessoas que normalmente não dividiriam com ela o espaço de tela em filmes do gênero: Rhiannon beija uma garota latina e dorme com um rapaz gordo, por exemplo.

A premissa da história é simples: amor não vê cor, altura, peso e, em muitos casos, gênero. Em um momento tocante, A, na pele do jovem Vic (vivido pelo ator trans Ian Alexander, de The OA), deixa a clara mensagem de que, nas relações humanas, é preciso ver e amar as pessoas por quem elas são, e não de acordo com as nossas expectativas sobre elas.

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Uma das melhores coisas do filme é a relação da protagonista com sua irmã, Jolene
O ator trans Ian Alexander protagoniza uma das cenas mais tocantes da história
Se A fez um favor por Rhiannon, foi livrá-la do namorado mala, Justin
Mesmo com tanta representatividade, o filme retorna sempre ao amor heterossexual entre pessoas brancas e magras
O pôster do filme
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Em Todo Dia, a protagonista Rhiannon se apaixona por muitas pessoas em uma só: A, o metamorfo

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Uma das melhores coisas do filme é a relação da protagonista com sua irmã, Jolene

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O ator trans Ian Alexander protagoniza uma das cenas mais tocantes da história

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Se A fez um favor por Rhiannon, foi livrá-la do namorado mala, Justin

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Mesmo com tanta representatividade, o filme retorna sempre ao amor heterossexual entre pessoas brancas e magras

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O pôster do filme

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Mesmo com uma proposta narrativa tão forte, nos momentos de amadurecimento sexual de Rhiannon, o filme escorrega na heteronormatividade. Assim, depois de tanta representatividade em tela – A habita corpos magros, gordos, de diversas etnias, de pessoas com sexualidades diferentes –, o desenrolar do romance acontece quando o metamorfo se encontra vivendo garotos brancos e heterossexuais.

Na parte técnica, o filme falha horrivelmente nas cenas de transição e flashbacks, que empobrecem sua estética. Com intermináveis sequências de passeios apaixonados ao som de canções fofinhas – o encontro de Rhiannon e A no campo de futebol da escola é sofrível –, o filme se sustenta em momentos para encantar o público adolescente. A bonita conclusão, pelo menos, finca os dois pés do espectador no chão.

Avaliação: Regular

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