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Crítica: “Thor: Ragnarok” dá senso de humor ao deus, mas ritmo vacila

Com direção de Taika Waititi, terceiro filme do Deus do Trovão segue personagem em batalha mitológica contra Hela, sua irmã mais velha

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thor ragnarok hulk
1 de 1 thor ragnarok hulk - Foto: Disney/Divulgação

“Thor: Ragnarok”, novo episódio da bilionária série de televisão no cinema chamada Universo Cinematográfico Marvel (MCU), pode ser visto claramente como um ajuste de percurso. O Deus do Trovão é o herói que mais gera desafios e dificuldades para a Disney. O elo fraco (estético e criativo, não financeiro) da franquia que transformou Hollywood em uma fábrica de… franquias.

Como achar o tom apropriado para um personagem que não tem o carisma do Homem de Ferro, o espírito abnegado do Capitão América ou a melancolia destrutiva do Hulk? “Ragnarok” parece ter encontrado uma solução simples: renegar o que veio antes.

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Seu último filme solo foi Thor: Ragnarok, onde está preso do outro lado do universo. Ele precisa correr contra o tempo para voltar a Asgard e parar Ragnarok, a destruição de seu mundo, que está nas mãos da poderosa e implacável vilã Hela.
Thor Ragnarok
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Chris Hemsworth volta ao papel de Thor: terceira aventura solo do Deus do Trovão

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Seu último filme solo foi Thor: Ragnarok, onde está preso do outro lado do universo. Ele precisa correr contra o tempo para voltar a Asgard e parar Ragnarok, a destruição de seu mundo, que está nas mãos da poderosa e implacável vilã Hela.

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Grão-Mestre (Jeff Goldblum): amante das lutas de gladiadores

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Loki bonzinho? Em "Ragnarok", rival de Thor ajuda o herói a resgatar Asgard do reino de terror instalado por Hela

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“Thor” (2011) usou a direção de Kenneth Branagh para dar um fundo shakespeariano ao príncipe de Asgard. A sequência, “O Mundo Sombrio” (2013), tentou evocar algo mais rústico, mas soou genérica de tudo.

O Thor de “Ragnarok” é engraçado da primeira à última cena, provando que o humor preciso de Chris Hemsworth visto em “Caça-Fantasmas” (2016) merece repeteco. A mudança na direção também indica uma modulação visual importante.

Vibe divertida, mas trama preguiçosa
Taika Watiti, neozelandês que fez fama indie com “A Incrível Aventura de Rick Baker” (2016) e “O que Fazemos nas Sombras” (2014), colore sem parcimônia viagens espaciais, figurinos de criaturas e heróis, exteriores e interiores. Impossível não lembrar dos dois “Guardiões da Galáxia”. Ele também leva para a saga Marvel seu humor físico característico, não sem toda uma já esperada carga de cultura pop.

“Ragnarok” é o tipo de filme que parece realmente bom quando descrito nesses detalhes. Basta entrar na trama para encontrar os problemas de sempre do MCU. A vilã da vez, Hela (Cate Blanchett), instala um reino de terror de Asgard. É a irmã mais velha de Thor e Loki (Tom Hiddleston), agora comportado. Grande atriz à vontade num papel subaproveitado.

Enquanto Asgard rui, os exilados Thor e Loki tentam sobreviver em Sakaar, planeta cuja lei única é satisfazer o vaidoso Grão-Mestre (Jeff Goldblum com ótimo timing cômico). Mera desculpa, bem justificado, claro, para que vejamos o Deus do Trovão enfrentando Hulk (Mark Ruffalo) numa arena de gladiadores.

Aliás, “Ragnarok” melhora bastante sempre que o caos verde em forma de herói anabolizado digitalmente entra em cena. Um bebezão com força de milhões de homens que ajuda a desestabilizar a pose divina do colega da firma.

O filme de repente vira uma comédia de brodagem enquanto a trama preguiçosa cria um minifilme dos Vingadores, tal qual fez “Capitão América: Guerra Civil” (2016), para conter a indestrutível Hela, Deusa da Morte. Junta-se à dupla a guerreira Valquíria, beberrona mui bem interpretada por Tessa Thompson.

“Ragnarok” consegue finalmente achar uma vibe para o personagem – e talvez até a música-tema cool para acompanhar esse espírito, a clássica “The Immigrant Song” (Led Zeppelin). Falta, agora, um filme sem tantos problemas de ritmo e uma história tão derivativa.

Avaliação: Regular

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