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Crítica: “Sob Pressão” mostra hospital caótico com jeito de série

Novo filme de Andrucha Waddington, “Sob Pressão” segue cotidiano tenso de um hospital cercado pela violência no Rio de Janeiro

atualizado

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Paprica Fotografia/Divulgação
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1 de 1 SobPressao_PapricaFotografia_10_00260 red - Foto: Paprica Fotografia/Divulgação

“Sob Pressão”, novo filme de Andrucha Waddington, se passa ao longo de um dia inteiro nos limites de uma favela do Rio de Janeiro. A única locação é um hospital. Para ser mais específico: a ala batizada de “unidade vermelha”, criada para atender vítimas da violência na metrópole.

Com uma câmera trepidante e “nervosa”, o diretor ilustra os dramas da saúde pública no Brasil por meio de um retrato que beira o hiper-realismo: diversas situações tensas acontecendo ao mesmo tempo e testando os limites da equipe médica. Qualquer semelhança com “Plantão Médico” não vem por acaso: o filme deve virar série global.

Evandro (Júlio Andrade) começa e termina o filme tomando um cafezinho na porta do hospital. Insone e perturbado, o doutor comanda a unidade e administra as pressões impostas pela diretora (Andréa Beltrão). Em um dia particularmente infernal, três baleados dão entrada na emergência: um policial, um traficante e uma criança de classe média – filho de dono de jornal.

O caos da metrópole
Cabe a Evandro gerenciar Paulo (Ícaro Silva), a novata Carolina (Marjorie Estiano) e outros médicos e fazer a ala funcionar como pode: sem profissionais e materiais suficientes, trabalhando horas consecutivas a fio e madrugada adentro.

A dramaturgia interconectada e explosiva não vai muito além do que a Globo costuma fazer em suas minisséries noturnas: personagens que funcionam como bombas-relógio aprisionados em uma trama de paixões, nervos à flor da pele e precariedade dos serviços públicos (saúde, segurança etc).

Vale um comparativo com “Três”, de Johnnie To, ainda inédito em Brasília: um filme bem mais plástico e visualmente inventivo do que o exemplar brasileiro.

Waddington parte desse microcosmo hospitalar para criar uma crônica urgente sobre o caos das nossas grandes cidades. Mas, nesse sentido, esbarra em arestas de roteiro e artifícios improdutivos: a Lei de Murphy se faz presente nas constantes quedas de luz e as subtramas pessoais parecem penduricalhos. Mais diverte que provoca.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Sob Pressão”.

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