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Crítica: “Saltimbancos Trapalhões” é pura nostalgia e auto-homenagem

Novo “Saltimbancos” tenta resgatar o humor inocente dos Trapalhões e reativar a memória coletiva do público

atualizado

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Páprica Fotografia/Divulgação
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1 de 1 Os-Saltimbancos-Trapalhões-Páprica-Fotografia-8_01 - Foto: Páprica Fotografia/Divulgação

“Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood”, novo filme de Didi (Renato Aragão) e Dedé Santana, abre com uma imagem aérea do letreiro de Hollywood e os dois humoristas numa limusine zanzando pelas ruas de Los Angeles.

Com uma óbvia, mas romântica filiação à comédia física, paródica e inocente dos Trapalhões, vemos os dois numa premiação chamada de Oscaras. Dan Stulbach, no papel de Tom Hanks (claro!), entrega as estatuetas. Há sósias de Sylvester Stallone e Eddie Murphy na plateia.

O sonho termina. E então voltamos ao universo circense musical, brincante e um tanto melancólico que muita gente cresceu assistindo no clássico “Os Saltimbancos Trapalhões” (1981), de longe o melhor filme dos Trapalhões.

A nostalgia como desculpa
Mais uma segunda versão do material original do que uma continuação do primeiro filme, o novo “Saltimbancos” tenta resgatar praticamente tudo o que clássico já fez no passado. Relê as músicas de Chico Buarque com modificações nas letras e atrai para o universo do grupo uma porção de estrelas contemporâneas, como Alinne Moraes, Emílio Dantas e Letícia Colin, além do deveras circense Marcos Frota.

Nesse sentido, fica clara a intenção de Didi: refugiar-se no grande trabalho dos Trapalhões para, a partir dessa nostalgia, unir seu cativo público de outrora (hoje anos mais velho) com as plateias atuais. Essa aura torna-se evidente na própria trama. Depois da lei que proíbe o uso de animais, o circo Sumatra entra em crise.

Didi acha uma saída em seus próprios sonhos, elaborando um musical circense estrelado por artistas fantasiados de animais. Apesar de guardar um certo carisma, o novo “Saltimbancos” acaba por escorregar nessa densa auto-homenagem e no frequente apelo emocional.

O final singelo, com Didi aos prantos no palco a lembrar dos amigos Mussum e Zacarias, só confirma um interesse mais direcionado à memória coletiva do que ao cinema.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood”.

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