metropoles.com

Crítica: Ruído Branco é reflexão barulhenta sobre a morte e a vida

Ruído Branco, novo filme de Noah Baumbach, na Netflix, questiona a sociedade e apresenta questões existenciais

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Wilson Webb/Netflix
Ruído Branco, novo filme de Noah Baumbach na Netflix
1 de 1 Ruído Branco, novo filme de Noah Baumbach na Netflix - Foto: Wilson Webb/Netflix

Ruído Branco, novo filme de Noah Baumbach, na Netflix, é daquelas obras que vai intrigando nos primeiros minutos. Há um momento no qual a gente se pergunta: o que está acontencendo aqui? É tanta cacofonia, confusão e falas e mais falas que dá certa agonia. Mas, acredite, isso é bom!

Baseado no livro de Don DeLillo, publicado em 1984, o filme reproduz a crítica a uma sociedade hipermidializada, consumista e, mesmo que com grande acesso, completamente confusa e desinforda. Ruído Branco, então, ganha uma camada extra pelo fato de que: a realidade de 34 anos atrás se parece absurdamente com a atual.

5 imagens
Adam Driver e Greta Gerwig em Ruído Branco
Ruído Branco tem Adam Driver como protagonista
Don Cheadle e Adam em Ruído Branco
Cena do filme Ruído Branco
1 de 5

Cena do filme Ruído Branco

Netflix/Divulgação
2 de 5

Adam Driver e Greta Gerwig em Ruído Branco

Netflix/Divulgação
3 de 5

Ruído Branco tem Adam Driver como protagonista

Netflix/Divulgação
4 de 5

Don Cheadle e Adam em Ruído Branco

Netflix/Divulgação
5 de 5

Cena do filme Ruído Branco

Essa semelhança ganha mais elementos quando surge uma catástrofe de proporções gigantescas – um caminhão bate em um trem e surge uma fumaça tóxica. O fato obriga todos a saírem de casa e ficarem de quarentena em abrigos. Mas, o que vem depois, é o choque do trauma coletivo – sim, ler isso e não lembrar da pandemia de Covid-19 é quase impossível.

E assim Ruído Branco abre caminho para discutir a sua grande questão existencial – que (me permitam um mero chute) deve ser a maior dos seres humanos: a morte. Jack Gladney (Adam Driver) e sua esposa, Babette (Greta Gerwig), são obcecados pela noção do fim: quem se vai primeiro, a finitude, o além-vida e por aí vai. Obsessão que se espalha entre os filhos e enteados que habitam a casa barulhenta.

Mas como refletir sobre tal questão existencial (o fato que vamos todos morrer) em meio a tantos barulhos, tantas coisas acontecendo que se parecem com o ruído branco da televisão. Principalmente, em um mundo (na década de 1980) que privelegia a performance ao conteúdo, onde tudo toma proporções gigantescas, onde um remédio vira complo, e um acidente vira uma catástrofe de proporções gigantescas.

É esse o desafio proposto por Noah Baumbach (História de um Casamento) em Ruído Branco. Um filme que permite diversas leituras, diverso pontos, e que abre caminho para se questionar sobre suas próprias questões existências.

Avaliação: Ótimo

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?