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Crítica: “Rogue One” é um “Star Wars” na zona de conforto

Primeiro spin-off da saga, “Rogue One – Uma História Star Wars” acompanha espiões rebeldes tentando roubar os planos da Estrela da Morte

atualizado

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Lucasfilm/Divulgação
Rogue One, filme
1 de 1 Rogue One, filme - Foto: Lucasfilm/Divulgação

“Rogue One – Uma História Star Wars” coloca uma responsabilidade pesada sobre os ombros do diretor Gareth Edwards, conhecido pelo decente “Godzilla” (2014). Ser o primeiro spin-off da franquia – ou seja, um filme à parte – e, ainda assim, um produto que soe familiar aos fãs da saga. Uma espécie de episódio 3.9, situado logo antes do IV, “Uma Nova Esperança” (1977).

Se “O Despertar da Força” (2015) pesava a mão na nostalgia, funcionando quase como uma homenagem a “Uma Nova Esperança”, “Rogue One” vai ainda mais além. Presta uma reverência religiosa à trilogia original: visual retrô anos 1970, uma prévia das guerras que já vimos e uma conspiração rebelde que conhecemos da cartela de abertura do episódio IV.

Atenção para possíveis spoilers!

Diante de qualquer blockbuster atual, impõe-se a dúvida: o chamado fan service (serviço para os fãs) é suficiente para formar um bom filme? No caso de “Rogue One”, a resposta é não. Há personagens para encher um seriado de três temporadas sobre as tentativas da Aliança Rebelde de sabotar a Estrela da Morte. Pasme: o ser mais carismático é o robozinho K-2SO, ex-servo do Império.

Um “Star Wars” underground? Sim e não
Esse fan service cumpre a seguinte missão: presentear os fãs com o que eles já conhecem. Por isso, os novos personagens mal têm tempo de criarem uma conexão genuína com o público. Existe sempre uma referência ao passado, uma piscadinha de fã para fã, um brinde no meio do caminho.

Jyn Erso (Felicity Jones), Cassian Andor (Diego Luna), Chirrut Îmwe (Donnie Yen), Baze Malbus (Wen Jiang) e Bodhi Rook (Riz Ahmed) estão dispostos a se sacrificarem pela causa. Mártires humanos em tempos de miséria e opressão. Mas “Rogue One” parece mais ansioso com outra coisa: fazer o público suspirar com duas aparições de Darth Vader e levar a plateia pela mão até a primeira cena de “Uma Nova Esperança”.

Nesse sentido, “Rogue One” também acumula seus acertos. Desde a abertura, vê-se aqui um capítulo de “Star Wars” que pelo menos ensaia não se filiar visualmente a todos os outros. É mais bélico e sujo do que de costume, com cenas de ação que se distribuem por batalhas campais e artilharia especial. Tudo isso empilhado num bom terceiro ato.

A Disney sacou qual a chave para reconquistar os fãs e formar novos seguidores: reciclar a memória afetiva. Uma escolha segura, calculada, lucrativa: troca-se o universo infinito, e todas as possíveis histórias a serem contadas, por variações do mesmo tema. A grandiloquente ópera espacial da trilogia anterior (1999-2005), alvo de tanta (injusta) chacota, agora faz falta.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Rogue One – Uma História Star Wars”.

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