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Crítica: “Planeta dos Macacos: A Guerra” é épico político e emotivo

Terceiro filme da franquia de origem mostra um pós-apocalipse em que macacos e humanos batalham pela supremacia no planeta

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planeta dos macacos a guerra césar
1 de 1 planeta dos macacos a guerra césar - Foto: Fox/Divulgação

Depois de “Planeta dos Macacos: A Origem” (2011) e “O Confronto” (2014) renovarem a clássica franquia de ficção científica, “A Guerra” conclui o ciclo revolucionário de César, o símio superdesenvolvido interpretado por Andy Serkis.

Mais político do que os longas anteriores, o filme que forma uma trilogia sobre a supremacia dos macacos funciona como uma espécie de Êxodo revisitado. César, portanto, seria o Moisés de um povo sofrido, desterrado, mas destinado a reinar no planeta.

“A Guerra” mostra um mundo pós-apocalíptico em desolação após a gripe símia, aquela que evoluiu a genética dos macacos e agora faz os humanos infectados regredirem na fala. Um ato de intolerância por parte do Coronel (Woody Harrelson), um militar obcecado em exterminar símios, encerra qualquer possibilidade de coexistência das duas partes.

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César lidera os símios em "Planeta dos Macacos: A Guerra"
Nova (Amiah Miller), garotinha que ficou muda após contrair a gripe símia. Futuro da humanidade?
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Woody Harrelson, o Coronel que planeja exterminar os macacos em "A Guerra"

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César lidera os símios em "Planeta dos Macacos: A Guerra"

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Nova (Amiah Miller), garotinha que ficou muda após contrair a gripe símia. Futuro da humanidade?

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Delírio, intolerância, violência
Matt Reeves, diretor do ótimo “O Confronto” (ainda o melhor filme da trilogia) e longas como “Cloverfield – Monstro” (2008) e “Deixe-me Entrar” (2010), espertamente individualiza a luta de César e seus comandados e transforma a milícia do Coronel em um grupo paramilitar vitimizado, embrutecido pelo ódio ao outro.

Se há aqui alguma alusão à intolerância que vivemos hoje no mundo real, onde crises de refugiados e políticos caricatos fornecem um angustiante painel geopolítico, “A Guerra” parte para uma referência ainda mais cristalina quando o Coronel ergue um muro para separar os humanos “puros” de todo o resto – César, símios de seu bando ou independentes, e humanos infectados.

A chave de Reeves para ilustrar uma violência sem sentido, movida por ressentimento de um lado (humano) e vingança do outro (macaco), é filiar o filme a “Apocalypse Now” (1979), talvez a obra-modelo sobre a guerra como delírio.

Reeves consegue quase sempre tornar o material interessante pela maneira como organiza diferentes abordagens para cada personagem – um César quase profético, com redemoinhos internos e uma teimosia inescapável, um Coronel como a tradução da arrogância humana.

Um blockbuster político e emotivo
O que incomoda “A Guerra” é o quanto o filme adiciona aos já mui carregados dramas de César e Coronel e seus respectivos seguidores. O roteiro talvez proponha personagens demais – a garotinha órfã Nova (Amiah Miller), o “Macaco Mau” (Steve Zahn), tentativa de alívio cômico, e uma porção de coadjuvantes.

Com discursos demorados das duas partes – alguns inspirados, outros apenas repetitivos –, o filme tenta dinamizar a história ao distribuir as peças da batalha em nacos narrativos bem fechadinhos, da guerra miliciana à fuga de prisão, passando pelo road movie. Cada bloco tem seus trunfos e seus becos sem saída.

“A Guerra” equilibra diversão popular com uma intensidade emocional que costuma faltar à maioria dos blockbusters. Impressiona como, mesmo em atmosfera de fim de mundo, César e os seus despertam em nós um discreto, mas cativante sentimento de esperança.

Avaliação: Bom

Veja horários e salas de “Planeta dos Macacos: A Guerra”

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