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Crítica: Piedade, os pequenos serão grandes algum dia?

A fortaleza do pernambucano, Piedade, reside na atuação do elenco formado por grandes nomes do cinema nacional

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Jacqueline Lisboa/Especial para o Metrópoles
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1 de 1 FestBSB_1 - Foto: Jacqueline Lisboa/Especial para o Metrópoles

Os campeões morais de Piedade, nova longa-metragem de Claudio Assis, são justamente os perdedores. Na disputa entre aldeões de uma comunidade tradicional versus o capitalismo predatório de uma multinacional petrolífera não existe espaço para “happy ends” e até o afeto é comercializado em insípidas transações sexuais.

Cineasta pernambucano da geração que ressignificou o cinema brasileiro, Assis é conhecido por traçar verdadeiras guerrilhas de imagens em títulos anteriores: Amarelo Manga (2002), Baixio das Bestas (2006), Febre do Rato (2011) e Big Jato (2015). Desta vez, o veterano parece ter baixado a guarda para construir uma narrativa de fácil aceitação da plateia, sem perder rumo ao tecer comentários sociais.

A maior força da película reside na performance de elenco que em conjunto conseguiram engrandecer o sustentáculo narrativo e dar veracidade a um roteiro excessivamente explicativo. Grandes interpretações de Cauã Reymond, Fernanda Montenegro, Irandhir Santos e Matheus Nachteargale, intérpretes que souberam humanizar seus personagens e repelir os clichês.

Avaliação: Bom

6 imagens
Saguão do Cine Brasília em dia de Festival de Cinema
O troféu Candango enfeita a entrada do Cine Brasília
O diretor de Piedade, Claudio Assis
Equipe do curta-metragem Alfazema
O troféu Candango enfeita a entrada do cinema
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Atriz Bruna Linzmeyer do elenco de Alfazema

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Saguão do Cine Brasília em dia de Festival de Cinema

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O troféu Candango enfeita a entrada do Cine Brasília

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O diretor de Piedade, Claudio Assis

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Equipe do curta-metragem Alfazema

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O troféu Candango enfeita a entrada do cinema

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Curtas-metragens

A trama carnavalesca Alfazema, primeiro curta-metragem da noite competitiva, estava prestes a entrar no barracão e abandonar a folia até a chegada de Deus (Elisa Lucinda). O todo-poderoso ou a “Dona da Porra Toda” (nas próprias palavras de Lucinda) salva os personagens e o filme que sofriam com os excessos de um roteiro batizado por uma droga ruim. A comédia rende boas reflexões sobre representações de mitos cristãos e desmistificação do sexo em performance desbundada, salpicada pelo bom humor carioca. Nota: o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, vai detestar este filme.

Avaliação: Bom

Muitas câmadas de significação formam a animação Carne, segundo curta da competitiva. Existe a voz das mulheres que deram depoimento no filme, existe as sequência de imagens que ilustram seus depoimentos (e dão nova interpretação ao que é dito) e existe a metáfora do corpo das mulheres com os pontos de cozimento da carne. Cabe ao espectador reunir todos esses dados e ressignificá-los na maneira que lhe convém (mas não é assim com todos os outros filmes?). Boa militância feita com lirismo.

Avaliação: Bom

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