metropoles.com

Crítica: Pássaros de Verão narra origens do tráfico na Colômbia

Filme de Ciro Guerra e Cristina Gallego usa formato episódico para contar ascensão da maconha e ônus do comércio em cultura ancestral

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
passaros-de-verao1
1 de 1 passaros-de-verao1 - Foto: Divulgação

Pássaros de Verão, novo filme do casal colombiano Ciro Guerra e Cristina Gallego, ilustra o poder destrutivo do tráfico de drogas no país através de perspectiva histórica sobre o assunto.

Voltando aos anos 1960, a dupla, conhecida anteriormente pelo indicado ao Oscar O Abraço da Serpente (2015) – dirigido por Guerra e produzido por Gallego –, repassa as origens do comércio ilegal de marijuana, na época um mero negócio familiar.

5 imagens
Narrativa se debruça sobre família Wayuu destroçada pelo tráfico de drogas
Amizades também não sobrevivem aos conflitos entre famílias e clãs
Longa é dividido em cinco capítulos (ou cantos), narrando ascensão e queda de uma família colombiana de origem indígena
Pôster de Pássaros de Verão: filme passou na Quinzena dos Realizadores em 2018, um dos segmentos paralelos do Festival de Cannes
1 de 5

Uma história de violência na Colômbia dos anos 1960 e 1970

Divulgação
2 de 5

Narrativa se debruça sobre família Wayuu destroçada pelo tráfico de drogas

Divulgação
3 de 5

Amizades também não sobrevivem aos conflitos entre famílias e clãs

Divulgação
4 de 5

Longa é dividido em cinco capítulos (ou cantos), narrando ascensão e queda de uma família colombiana de origem indígena

Divulgação
5 de 5

Pôster de Pássaros de Verão: filme passou na Quinzena dos Realizadores em 2018, um dos segmentos paralelos do Festival de Cannes

Divulgação

Dividida em cinco capítulos (ou cantos, na definição nomeada pelo filme), a história se concentra em uma família de origem Wayuu, tribo indígena presente na Colômbia e Venezuela. Em especial, acompanhamos a trajetória de Rapayet (José Acosta), jovem que assume papel de liderança nos negócios e testemunha ascensão e ruína de quem o rodeia – e também dele próprio.

Sem participar do roteiro, assinado por Maria Camila Arias e Jacques Toulemonde Vidal, Guerra e Gallego criam atmosfera não necessariamente típica de um filme de máfia, apesar de inegáveis momentos-chave – tiroteio pesado a uma casa, violência verbal humilhante e extrema (um capanga se vê obrigado a comer cocô de cachorro para se apossar de fortuna) e alguma dose generosa de sangue derramado e corpos estendidos na estrada.

Ainda assim, Pássaros de Guerra é mais ritualístico do que propriamente épico. Uma trama apegada visualmente a pequenos gestos, como a ordem de uma mãe a um filho e negociações entre famílias e clãs que desafiam os limites da cordialidade.

Esses acertos detalhistas sobre uma cultura ancestral – prestes a ser atropelada pela ganância e pelo dinheiro do capitalismo moderno – nem sempre encontram eco ideal na estrutura narrativa.

O gasto formato capitular, muito associado a um certo tipo de “filme de prestígio”, frequentador de festival, enclausura a trama num já manjado ciclo de perda de inocência, glória e queda. Há pouco espaço para respiro e um incômodo determinismo nos rumos do roteiro.

Por outro lado, a sóbria fotografia de David Gallego (O Abraço da Serpente, Eu Não Sou uma Bruxa), de tons tão desérticos quanto coloridos, empresta farta autenticidade local à história.

Avaliação: Regular

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?