Crítica: “Pai em Dose Dupla 2” trata a fragilidade masculina com humor
A continuação da comédia familiar é atrapalhada pela entrada de novos personagens e pelo excesso de conflitos e subtramas
atualizado
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A temporada natalina, assim como os enfeites de Natal de shopping centers, chega adiantada já em novembro. A comédia “Pai em Dose Dupla 2”, estreia desta semana, é o filme de Natal que costuma ocupar o circuito no período. A extensão da disputa paterna entre Brad (Will Ferrell) e Dusty (Mark Wahlberg) era a tônica do primeiro título. E a continuação, é lógico, começa de onde tudo parou: um núcleo familiar reconciliado, vivendo em concordância com a paternidade compartilhada.
A família margarina de dois casais vive um doce cotidiano sem conflitos. A harmonia é rompida com a chegada dos avôs, espécies de modelos para o comportamento dos filhos. O pai de Dusty é o astronauta aposentado Kurt (Mel Gibson) enquanto John Lithgow interpreta o pai sensível e compreensivo de Brad, Don.
Não demora nem cinco minutos para as estranhezas entre as famílias se transformarem em conflitos patentes em discussões infinitas entre pais e avôs. Tudo intensificado quando todos os parentes resolvem passar a temporada de festas dividindo uma casa na montanha. Entre escorregões na neve, o grupo passa os dias discutindo visões e modelos de educação parental.
Assim como no primeiro, esta continuação de comédia discute a masculinidade e novas formas de paternidade ao representar machos angustiados com a construção da imagem junto aos filhos. Apesar de bem intencionada num filme família para o Natal, a película sofre pela ambição de servir como o substituto da franquia “Entrando Numa Fria”, protagonizada por Ben Stiller.Com a multiplicação de personagens, o humor da película é dissolvido, disperso entre inúmeras piadas e subtramas desnecessárias. Esse fator prejudica o desempenho dos atores Will Ferrell e Mark Wahlberg. Ferrell está bem longe do humor sincopado que o projetou no circuito com o excelente “O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy (2004)”, enquanto Wahlberg havia demonstrado boa veia cômica na franquia “Ted” (2012).
Eles são os nomes do elenco que provavelmente poderiam protagonizar as melhores “tiradas” do filme. Mas, com espaço reduzido, as situações potencialmente cômicas são literalmente arremessadas na tela sem nenhum cuidado. Tudo culmina num clímax forçado com resolução de todos os conflitos numa tacada só.
Avaliação: Regular