Crítica: O Protetor 2 mostra Denzel em grande forma, mas ritmo vacila
Sequência do filme de 2014 traz o astro novamente no papel de matador que se dedica a ajudar pessoas em perigo
atualizado
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Robert McCall (Denzel Washington), o melhor amigo dos necessitados e oprimidos nos Estados Unidos, está de volta em O Protetor 2, sequência do sucesso de 2014. Baseado em série de TV dos anos 1980, o filme traz novamente direção de Antoine Fuqua e roteiro de Richard Wenk.
Fuqua já trabalhou com Denzel em Dia de Treinamento (2001), produção que deu o segundo Oscar ao ator, e no remake Sete Homens e um Destino (2016). Portanto, um cineasta que sabe tirar o melhor do astro. McCall, antes funcionário de uma loja de ferramentas e agora um motorista do aplicativo Lyft, mantém uma vida pacata e discreta em Boston.
Dia sim, dia não, salva gente de perigo iminente e ajuda quem mais precisa em momentos decisivos: de um sobrevivente do Holocausto (Orson Bean) à procura da irmã a uma estagiária estuprada por colegas de escritório. Seu novo “projeto” de fôlego é consertar o adolescente Miles Whittaker (Ashton Sanders), talentoso desenhista que anda com as companhias erradas.
Ao distribuir a narrativa em eixos variados, Fuqua amplifica a dimensão altruísta de um ex-soldado e espião que aproveita sua invisibilidade – dado como morto pelas autoridades – para ajudar sua grande amiga Susan Plummer (Melissa Leo) em pequenas missões na vizinhança. Ao mesmo tempo, a decisão por estender o roteiro acaba enfraquecendo a já batida historinha principal.
Susan é assassinada pouco depois da morte misteriosa de um agente e sua esposa em Bruxelas, na Bélgica. McCall se associa a outro velho companheiro, Dave York (Pedro Pascal), para solucionar o crime, e acaba descobrindo toda uma conspiração envolvendo ex-agentes da DIA (Agência de Inteligência de Defesa), órgão do qual fazia parte, revoltados com o governo americano.
“Só matamos gente com nome escrito em um papel”, relativiza um dos ex-colegas quando confrontado por McCall, em diálogo gasto típico de thriller de ação.
O justiceiro, cada vez mais um herói sem capa de Boston, segue cronometrando suas ações e se antecipando aos movimentos de seus oponentes, mas as cenas de ação parecem menos criativas do que no primeiro filme – o clímax ambientado durante uma tempestade serve mais para complicar a geografia das cenas do que enriquecer a atmosfera de tensão.
Por fim, O Protetor 2 decepciona ao avançar pouco na mitologia do personagem e investir em uma trama cansativa de revanchismo militaresco, quando o que mais interessa é o conjunto de boas ações massacrado por dilemas pessoais – McCall usa seu talento para a sanguinolência a serviço da solidariedade. Se a franquia continuar, seria justo Denzel (também produtor da saga) pensar em um novo parceiro na direção.
Avaliação: Regular