Crítica: “O Poderoso Chefinho” tem ar promissor, mas adere à fórmula
Nova animação da DreamWorks, “O Poderoso Chefinho” narra um bebê envolvido em uma guerra secreta entre recém-nascidos e bichos de estimação
atualizado
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Em “O Poderoso Chefinho”, um garoto de sete anos descreve a aterrorizante experiência de ter um irmão mais novo. O tal Chefinho é um recém-nascido incomum: usa terno e gravata, relógio e esbraveja ordens à sua maneira. Chora, urra, ri, faz escândalo, cospe comida, agita os braços. A partir de agora, ele manda na casa.
Quando parece que a animação será sobre a rivalidade geracional entre irmãos, “O Poderoso Chefinho” dá um passo atrás e prefere repetir a fórmula de outras tantas produções da DreamWorks. Fora um ou outro desenho mais elaborado, como “Como Treinar o Seu Dragão” (2010) e “Shrek” (2001), o selo é conhecido por não economizar no colorido e na fofura para conquistar o público.Animação domesticada pela fórmula
Na maior parte dos filmes da produtora, animação é sinônimo de longas sequências de perseguição e um roteiro que combina humor para crianças e referências pop à procura da atenção dos adultos. Em “O Poderoso Chefinho”, chega a ser frustrante como a trama prefere recusar o começo promissor em prol de uma boba historinha de espionagem.
As rusgas entre irmãos são traduzidas em cenas de filme de terror – sobre até referência a “O Iluminado” (1980), de Kubrick. O clima de ameaça, aos poucos, se esfria e abre caminho para uma reviravolta que torna a animação algo bem menos instigante: o Chefinho trabalha como agente secreto numa guerra silenciosa entre bebês e bichos de estimação.
Essa atmosfera de conspirações forjadas em um universo aparentemente tão ingênuo até poderia render bons momentos. Mas “O Poderoso Chefinho” se contenta com pouco. Trata a tal guerra fria como desculpa para simplesmente inundar a tela de recém-nascidos desengonçados e pets esbugalhados.
Avaliação: Ruim
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