Crítica: Nasce Uma Estrela tem cheirinho de Oscar para Lady Gaga
A popstar ganha destaque na produção protagonizada e dirigida por Bradley Cooper
atualizado
Compartilhar notícia
O nome remake é capaz de deixar qualquer pessoa cabreira. Mais ainda quando se trata da quarta reprodução de uma mesma história. Mesmo com essas ressalvas, Nasce Uma Estrela entrega um filme bom, capaz de entreter e, para admiradores da música pop, bastante calcado na performance carismática e sedutora de Lady Gaga.
A popstar vive Ally, uma cantora amadora que conhece o astro Jackson Maine (Bradley Cooper). Ela, então, desabrocha como um grande nome dentro da indústria fonográfica, no mesmo momento em que seu par romântico se afunda no alcoolismo, no desencantamento e no ostracismo de uma carreira em espiral de fracasso.
Cooper, que também assina a direção do longa, surpreende como cantor e entrega uma atuação honesta – apesar de um pouco exagerada nos maneirismos. No entanto, é Gaga quem rouba a cena e assume o papel de destaque da trama. Na verdade, a trama parece muito com o atual perfil da cantora que surgiu chocando a indústria da fama.
Ally é uma cantora, em certa medida, dividida entre entregar um produto pop e explorar um talento menos comercial. Assim, Maine representa a chamada à “verdade” e o empresário Rez Gavron (Rafi Gavron) a leva por um caminho mais vendável. Enquanto ela decola e seu parceiro afunda, o filme segue entre discussões sobre o mundo fonográfico e as disputas de ego.
Maine, assombrado pelo passado, vive uma relação de amor e desgosto com o irmão. As respostas são encontradas no álcool. Inclusive, aqui está um ponto a ser debatido: por que Cooper explora apenas os dramas de seu personagem? Pouco se sabe sobre o passado de Ally ao longo da projeção.
Mesmo com essa atenção exagerada ao personagem masculino do romance, Nasce Uma Estrela parece um filme feito para Lady Gaga ganhar um Oscar em 2019. Muito à vontade nas diversas cenas musicais, a popstar engole a produção e lança suas críticas (numa vibe à la Joanne) à indústria fonográfica. Apesar de todo o esforço de Cooper em se tornar cantor, Stefani Germanotta emprega sua voz em cada ação.
É marcante, por exemplo, a cena em que Ally reclama dos empresários, incapazes de reconhecer seu talento e apenas criticarem o formato de seu nariz. Entre uma e outra cutucada, Nasce Uma Estrela entrega um drama(lhão), carregado de momentos emocionantes e desenhando para emocionar – sem spoiler, é duro não ver uma lágrima escorrer na última cena.
Gaga, atualmente, possui um Globo de Ouro e, no que depender de Nasce Uma Estrela, o Oscar pode estar chegando com grande força.
Avaliação: Bom