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Crítica: “Moonlight” retrata o silêncio como a resposta à violência

O filme conta, com sensibilidade, a história de Chiron, um rapaz negro, gay, pobre e morador de periferia

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1 de 1 moonlight 2 - Foto: Reprodução

Ambiente de violência, drogas, agressão e preconceito sexual. Esses elementos, comuns em uma narrativa explosiva, ganham contornos sutis e se tornam reveladores de uma sensibilidade bastante peculiar em “Moonlight”.

O filme, adaptado da peça “In Moonlight Black Boys Look Blue”, conta a história de Chiron, um rapaz negro, gay, pobre e morador de periferia – literalmente um pária da sociedade, renegado pelos colegas e até mesmo por sua mãe, uma viciada em drogas que não lhe fornece uma criação minimamente aceitável.

Chiron ganha vida na mão de três atores (Alex Hillbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes) que o representam na infância, na adolescência e na vida adulta. Sua trajetória foge do óbvio, com uma narrativa que oferece suavidade como resposta à violência, dando um ar poético a uma rotina miserável.

Em todos os momentos, o personagem enfrenta as agruras de sua vida da mesma forma: silenciando-se. Esse silêncio, que mais incomoda aos outros do que a ele mesmo, é explorado pelo filme como uma fortaleza que lhe serve não só de proteção, mas também lhe permite vivenciar momentos únicos – como sua primeira experiência sexual, que ocorreu debaixo do luar.

Ao mesmo tempo, esse silêncio também denuncia a fragilidade do personagem, que molda sua personalidade de acordo com o olhar de outras pessoas que convivem com ele. Característica esta notoriamente perceptível por pelos apelidos generalizadores que ganha, como “Little” (“Pequeno”), “Black” (“Negro”) e o ofensivo “Faggot” (“Bicha”).

Destaques
No papel do compreensivo traficante Juan, Mahershala Ali chama atenção pela dureza que apresenta ao lidar com os negócios ao mesmo tempo que transparece suavidade enquanto cuida de “Little” – foi ele que deu o primeiro apelido a Chiron e é nele que o rapaz se inspira para se tornar o traficante “Black”.

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A fotografia ilumina belamente o ambiente e a pele dos personagens com neons típicos de Miami

Embora curta, a participação de Mahershala em “Moonlight” o tornou favorito ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Ele já teve a atuação premiada em festivais como Critic’s Choice Awards, Sindicato dos Atores e NAAPC Image Award.

“Moonlight” também concorre ao Oscar em outras sete categorias, incluindo as principais: filme, direção, atriz coadjuvante e roteiro adaptado. Vale destacar a fotografia do filme, que ilumina o ambiente e a pele dos personagens com neons típicos de Miami (local em que ocorre a trama).

Avaliação: Bom

Veja horários e salas de “Moonlight”.

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