Crítica: Medo Profundo é sufocante filme de sobrevivência com tubarões
Mandy Moore e Claire Holt interpretam irmãs que ficam presas no fundo do oceano após acidente em viagem de férias
atualizado
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Medo Profundo é daqueles filmes de sobrevivência que fazem a gente respirar fundo após a sessão. Parte do fascínio por esse subgênero do terror, o survival, se concentra numa vibração alucinante muito próxima a de uma bomba-relógio ou de uma contagem regressiva.
Na trama, as irmãs Lisa (Mandy Moore), mais velha, e Kate (Claire Holt), a caçula, tiram férias em praias paradisíacas do México. Lá pelas tantas, a primogênita conta que topou viajar para esquecer o problema que a aflige – a separação do marido. Kate não sabia disso.As duas, então, decidem se aventurar o quanto podem. O roteiro preguiçoso indica que o divórcio ocorreu porque o ex de Lisa “se encheu” do relacionamento. Ela pretende mostrar, via fotos e postagens em redes sociais, que ela é, sim, divertida e o merece de volta.
Perigos à vista: tubarões, oxigênio acabando e descompressão
A trama não ajuda, mas o diretor inglês Johannes Roberts felizmente guarda o melhor para um pouco mais adiante, quando as duas, convencidas por novos amigos mexicanos, decidem entrar numa gaiola de mergulho em alto-mar para ver tubarões-brancos de perto, em meio à imensidão azul.
Obviamente, a estrutura do barco fica devendo no quesito segurança e uma tragédia acontece no passeio: a gaiola se desprende da estrutura que o segura e afunda, parando a exatos 47 metros da superfície.
Enquanto tubarões vez ou outra ameaçam Lisa e Kate, elas ainda precisam a controlar a respiração e evitar que os cilindros de oxigênio se esvaziem mais rapidamente. Roberts encena todo o drama de sobrevivência embaixo d’água, com uma fabricação de suspense deveras certeira – uma rápida escapada da gaiola para tentar se comunicar com o barco pode significar, no mínimo, um membro amputado.
Medo Profundo talvez pudesse ter diálogos mais enxutos – as irmãs se comunicam por meio de dispositivos eletrônicos nas máscaras –, algo que o recente Águas Rasas (2016) conseguiu fazer sem comprometer o fluxo da narrativa. O jogo de espelhos construído para as cenas finais – dois desfechos, um cinematográfico e um realista – é um achado.
Avaliação: Bom