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Crítica: MaXXXine encerra trilogia com a ascensão da anti-heroína

Terceiro filme da série X completa a narrativa da protagonista e a conquista de Hollywood

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Fotografia colorida de uma mulher loira, Maxine no filme MaXXXine
1 de 1 Fotografia colorida de uma mulher loira, Maxine no filme MaXXXine - Foto: Divulgação

Após dois anos de espera, a trilogia X chega ao fim com o filme MaXXXine, que estreia na semana que vem nas salas do país. Dirigido por Ti West e protagonizado por Mia Goth, o enredo segue a ascensão de Maxine em Hollywood, enquanto esclarece mistérios da saga. 

O roteiro se passa seis anos depois do massacre no rancho no Texas, contado no primeiro filme, em que Maxine mata a assassina idosa Pearl. Ainda trabalhando como atriz de filmes adultos, a protagonista quer conquistar as grandes telas de cinema e viver “a vida que ela merece”.

Com uma Los Angeles dos anos 1980 como cenário, Maxine consegue uma grande oportunidade como protagonista do filme The Puritan II, que é uma franquia de terror dirigida por Elizabeth (Elizabeth Debicki). 

Após conseguir o trabalho, o passado volta a assombrar a protagonista com o investigador particular John (Kevin Bacon) seguindo ela, a pedidos de um homem misterioso.

Enquanto isso, um serial killer assassina jovens e desenha pentagramas nos corpos deles, que são deixados em espaços públicos de Los Angeles. Entre as vítimas, estavam a estrela pornô Tabby Martin (Halsey), a atriz de Puritan I Molly Bennet (Lily Collins) e Leon (Moses Sumney), que era dono de uma locadora de filmes. 

Durante a investigação, a polícia só encontrou um ponto em comum entre eles: Maxine. Logo, ela começa a ser investigada pelos detetives Williams (Michelle Monaghan) e Torres (Bobby Cannavale), que é um ator frustrado. 

Este núcleo é responsável por boa parte dos momentos cômicos do longa. A comédia é o principal diferencial de MaXXXine para os filmes anteriores. Também tem um aspecto exagerado na trama, que consegue ser camp nas cenas de mortes e na resolução do enredo. 

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Elizabeth Debicki em Maxxxine
Lily Collins em Maxxxine
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Da esquerda para direita: Maxine em X, Pearl em X e Pearl em Pearl

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Elizabeth Debicki em Maxxxine

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Lily Collins em Maxxxine

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Fato é que a última produção recebeu o maior investimento da trilogia, devido ao sucesso dos dois primeiros filmes. Enquanto X apresentou os personagens em um terror erótico, Pearl conquistou a audiência com um enredo relacionável com elementos de horror psicológico. 

A partir daqui, cuidado com o spoiler!

Apesar de tentar, MaXXXine não consegue ter um momento de vulnerabilidade tão impactante quanto Pearl, que tem um monólogo de cerca de dez minutos explicando as motivações e medos da personagem, e como Pearl se torna uma assassina. 

As cenas em que Maxine está com medo ou lidando com os traumas do massacre ficam resumidas ao primeiro ato do filme. E, após uma sequência lenta de desenvolvimento da história, ela consegue chegar ao estrelato, que é como uma recompensa por tudo de ruim que aconteceu. 

O desejo de Maxine por fama nunca foi um mistério, mas as origens dela, sim. No final do primeiro filme, é mostrado que ela é filha de um pastor e ele a ensinou a frase “eu não vou aceitar uma vida que eu não mereço”, repetida de diversas formas ao longo da trilogia.

Já no último filme, a história da protagonista é a chave para desvendar o mistério do serial killer de Los Angeles. Mas, na metade do filme, é possível descobrir quem é o assassino sem grande esforço.

A motivação surpreende, assim como o fato de Maxine se tornar uma anti-heroína. Ela ajuda a polícia, mesmo que sem querer, a solucionar os assassinatos e prender o serial killer – o que a transforma em uma estrela de Hollywood. 

Apesar de ser muito diferente dos filmes anteriores, MaXXXine ousa e consegue ser satisfatório como encerramento da trilogia. O público é cativado a torcer e comemorar a inevitável vitória da protagonista – a não ser que você seja como a Pearl e tenha ódio de loiras. 

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