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Crítica: Marisa Abela é o ponto alto de filme sobre Amy Winehouse

Habilidade da atriz inglesa de incorporar os maneirismos e a energia de Amy Winehouse torna as diferenças físicas entre elas irrelevantes

atualizado

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Cena colorida do filme Back to Black, sobre Amy Winehouse - Metrópoles
1 de 1 Cena colorida do filme Back to Black, sobre Amy Winehouse - Metrópoles - Foto: Divulgação

Quando a inglesa Marisa Abela foi anunciada intérprete na cinebiografia de Amy Winehouse muitos fãs torceram o nariz. Para além da falta de semelhanças físicas, críticos projetavam que a atriz teria dificuldades de incorporar a energia única da cantora, que se tornou símbolo de uma geração.

Contrariando as expectativas, a atuação de Abela é, sem dúvidas, um dos maiores acertos de Back to Black, que chegou nesta quinta-feira (16/5) nos cinemas do país. As incongruências entre as fisionomia de Abela e Amy são praticamente esquecidas à medida em que a intérprete explora a aura e os maneirismos da artista, incluindo os tiques associados após a morte da cantora à possibilidade dela ter desenvolvido a síndrome de Tourette.

O talento da protagonista, contudo, não é suficiente para preencher as lacunas deixadas pelo roteiro, que para além de focar excessivamente na fragilidade emocional de Amy e do relacionamento conturbado com Blake Fielder-Civil, deixa de lado aspectos importantes da vida pessoal e da carreira dela.

Essa escolha também impacta na linha temporal, que não permite ao espectador acompanhar, por exemplo, como Amy se tornou uma das artistas mais influentes da história e passou a ser seguida por repórteres e paparazzis.

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Marisa Abela como Amy Winehouse
O filme é uma biografia da vida da cantora
Amy Winehouse
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Back to Black é o destaque da semana no cinema

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Marisa Abela como Amy Winehouse

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O filme é uma biografia da vida da cantora

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Amy Winehouse

Foto: Chris Christoforou/Getty Images

Aliás, as cenas em que Amy aparece sofrendo assédio da imprensa ou vivenciando situações vexatórias por causa do vício em drogas (e em Blake) tomam um espaço demasiado do longa. Outras abordagens que podem soar incômodas para os fãs incluem ainda a forma como o ex-marido da cantora, responsável por introduzi-la às drogas, é retratado — mais como vítima dela do que o contrário.

Outro excesso do roteiro está na romantização a respeito da relação de Amy com o pai, Mitchell Winehouse. Embora a intérprete nutrisse grande afeto pelo patriarca e tenha feito até uma tatuagem para homenageá-lo, a narrativa de que o empresário era o maior protetor de Amy não é unânime entre os seguidores da artista.

Apesar disso, as cenas reservadas para mostrar a relação próxima e terna de Amy com a avó, Cynthia Winehouse, assim como aquelas em que Abela solta a voz para convencer na pele da cantora, em cenários que transportam o público para pubs londrinos abafados, são as mais bonitas da produção. Justamente por isso, deixam um gostinho amargo no espectador, que certamente seria mais feliz se aprofundando na personalidade doce e no talento explosivo de Amy Winehouse.

Avaliação: Bom 

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