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Crítica: Loop mostra a maneira errada de se fazer o certo

A ficção científica apresentou trama sobre viagem no tempo na mostra competitiva do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

atualizado

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1 de 1 Bruno-Gagliasso-loop - Foto: Divulgação

O longa-metragem Loop, apresentado na noite de quarta-feira (27/11/2019), na 52ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, é descendente de uma linhagem de filmes comerciais brasileiros com propostas bem atreladas ao cinema de ficção científica. Um dos exemplos é O Homem do Futuro (2011), de Cláudio Torres, com Wagner Moura no papel principal. 

A película estrelada e produzida pelo ator Bruno Gagliasso forma um mosaico da vida do físico Daniel em sua odisseia para salvar a vida da namorada Malu (Bia Arantes). Para tanto, ele precisa criar uma maneira de voltar no tempo e mudar os últimos acontecimentos da sua vida.

Como é de se imaginar, são muitos os desdobramentos causados pela viagem no tempo realizada dentro da película. Lá pelo meio da projeção, é possível acreditar que o roteiro escrito e dirigido por Bruno Bini não encontrará solução para as diversas abas temporais abertas. Mas, ele encontra sim.

Nesta espécie de De Volta para o Futuro tupiniquim (são várias as referências ao clássico de Steven Spielberg), sobram boas tiradas sobre os últimos desdobramentos históricos do Brasil como as jornadas de Junho de 2013 e o 7 x 1 contra a Alemanha, na Copa de 2014. 

A película peca, no entanto – e é preciso que se diga isso –, ao hiperssexualizar a personagem vivida pela atriz Bia Arantes. São tantos avanços e recuos na linha histórica (e tanto tempo de tela dedicada unicamente ao protagonista) que a personagem da namorada fica relegada à segundo plano, sendo representada, superficialmente, quase como uma musa de comercial de cerveja.

Avaliação: Bom

Curtas-metragens

Se a personagem feminina do longa Loop carece de melhor representatividade, o mesmo não se aplica aos dois curtas-metragens da noite, ambos dirigidos, produzidos e estrelados por mulheres. A singela trama de Angela, de Marília Nogueira, narra uma história de empoderamento feminino na terceira idade, ao narrar a reviravolta na vida de uma hipocondríaca (Teuda Bara). Como já dito, é um singelo exemplar de sororidade feminina, retratando as mudanças de mulheres que se unem.

Avaliação: Bom

Rã é o resultado do que acontece quando artistas marginalizados (seja por raça, classe, gênero ou orientação sexual) detêm o poder de produção e representação na sétima arte. Em narrativa curta, o roteiro escrito, produzido e dirigido pela dupla Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia subverte as expectativas de violência que se espera de personagens negros e periféricos para trabalhar com ludicidade a visão da vida de moradores de periferia de grandes cidades. No palco do Cine Brasília, a performer Ana Flavia Cavalcanti fez belíssimo discurso contra o feminicídio enquanto nas tela do cinema entregou uma bela história de amor maternal e vida comunitária.

Avaliação: Excelente

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