Crítica: “Logan” envolve Wolverine em neo-faroeste violento e amargo
Última encarnação de Hugh Jackman como Wolverine, “Logan” traz atmosfera de faroeste para narrar uma saga de violência e redenção
atualizado
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Em “Logan”, Wolverine (Hugh Jackman), Charles Xavier (Patrick Stewart) e a garotinha Laura (Dafne Keen) formam uma família de mutantes na estrada. Em 2029, eles são, talvez, três dos poucos exemplares da espécie restantes na Terra. Abandonam a fronteira com o México para fugir de forças corporativas que querem a menina forjada a partir do DNA de Wolverine.
Avô, pai e filha param num quarto de hotel, ligam a televisão. Está passando “Os Brutos Também Amam” (1953), faroeste clássico sobre um homem solitário que chega a uma cidade para defender uma família da violência e acaba criando laços com uma menino da região.
O crepúsculo de Wolverine
“Logan” é violento à beça, numa escala de frontalidade que nem sempre os blockbusters de super-heróis costumam ter. A carnificina de “Deadpool”, para usar um exemplo pertencente ao mesmo universo, se esconde atrás das piadinhas irônicas. Não é o caso do novo Wolverine.
Mais velho e com um fator de cura vacilante, Wolverine trabalha como chofer na fronteira com o México, mantém Xavier vivo e são à base de medicamentos e pretende beber até morrer. Mas a autopunição não livra o herói de sua sina de samurai: a mesma violência que o oprime também pode redimi-lo – ao salvar Laura, sua semelhante, desse mesmo destino sanguinário.
Dentro da estrutura já padronizada de filmes de super-herói, “Logan” cede espaço para um certo clima de autohomenagem e não dispensa aquela piscadinha tipicamente de-fã-para-fã – uma HQ dos X-Men (isso mesmo) sinaliza o ponto final da jornada. No fim das contas, temos um Wolverine plenamente áspero e crepuscular, disposto a esmagar sua própria imortalidade.
Avaliação: Ótimo
Veja horários e salas de “Logan”.