Crítica: Lightyear é desenho para adultos saudosos e “novas” crianças
A produção, que foca na história do astronauta Buzz Lightyear, estreou nos cinemas nesta quinta-feira (16/6)
atualizado
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Desde que a Disney/Pixar anunciou que Toy Story, um de seus principais filmes de animação, ganharia um spin-off, foram os jovens adultos que mais comemoram a novidade. O primeiro filme da saga do boneco Woody foi lançado em 1995, enquanto o último estreou nos cinemas em 2019. De forma geral, as crianças de 1995 já são pais que levarão seus filhos aos cinemas para assistir Lightyear, em 2022.
Como o próprio nome já deixa claro, Lightyear é focado no astronauta Buzz Lightyear, um dos bonecos principais do filme original. Quem está esperando por um entendimento de como o Space Ranger chegou a Terra e se tornou o brinquedo de Andy, no entanto, pode ir tirando o cavalinho da chuva: a produção da Pixar é focada única e exclusivamente no Buzz em uma trajetória bem maluca pelo espaço.
E é exatamente por isso que este filme é uma homenagem aos fãs da saga Toy Story. É possível ver Buzz Lightyear em sua verdadeira forma, com uma vida fora do quarto de Andy e longe dos outros brinquedos típicos do filme original – afinal, houve um humano que inspirou o boneco. Mesmo assim, alguns momentos trazem aquele ar de nostalgia. Deixo aqui um exemplo: ao infinito e além!
Como é de costume de filmes da Disney/Pixar, Lightyear não foge da regra ter uma lição de moral por trás da história, além de ter o típico personagem carismático que traz graça e piadinhas. E essas questões também esclarecem que as crianças desta década também ficarão apaixonadas pelo personagem.
Assista ao Metrópoles Já Viu de Lightyear:
As lições
Apesar dessa lição de conto-de-fadas básica, um detalhe não pode ser deixado de lado em Lightyear. Este é o primeiro filme da Pixar com um personagem assumidamente gay. Para quem não anda muito antenado, a produtora chegou a cogitar tirar um beijo homossexual da história após receber críticas, além de ver a produção ser barrada em 14 países, como China e Arábia Saudita, por conta da diversidade apresentada no filme.
Além disso, em 9 de março deste ano, funcionários da Pixar assinaram uma carta aberta onde acusavam a Disney de “ativamente censurar demonstrações de afeto homossexual” nos filmes do estúdio. E talvez seja por este motivo que Lightyear é tão importante: o longa é, literalmente, um respiro da produtora mais famosa do mundo na questão da diversidade social e da inclusão de minorias na sociedade.
Sendo assim, Lightyear entrega tudo o que promete e um pouco mais: um enredo instigante, efeitos especiais impecáveis, representatividade, mulheres no comando e, claro, uma bela e emocionante lição de moral.
Avaliação: Excelente