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Crítica: “Lego Batman – O Filme” tem humor criativo e ritmo frenético

A nova animação da Warner Bros. não é para ser levada a sério, e daí o motivo de ser uma curtição maneira do começo ao fim

atualizado

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lego batman o filme
1 de 1 lego batman o filme - Foto: Divulgação

Relaxe e divirta-se. Essa é a dica para ver “Lego Batman – O Filme”, uma tiração de sarro no melhor estilo “Deadpool”. Só que sem os palavrões e as cenas de sacanagens. E nem por isso a fita é menos divertida.

Na verdade, a nova animação da Warner Bros. não é para ser levada a sério, e daí o motivo de ser uma curtição maneira do começo ao fim. Se fosse um pouquinho mais longo, seria um sundae perfeito para a imaginação da garotada.

Da Dinamarca a Hollywood
Invenção dinamarquesa do século 1930, as inteligentes e interativas pecinhas de montar sonhos viraram uma febre entre as crianças nos anos 1960. Nas décadas seguintes, transformaram-se numa das grifes de brinquedos mais famosas do planeta.

Até conquistar Hollywood de assalto em 2014, com “Uma Aventura Lego”. A debochada comédia de aventura fez tanto sucesso que está de volta protagonizada pelo soturno herói Batman — no primeiro filme, apenas um coadjuvante.

Super-herói debochado
Aqui, tanto o super-herói quanto o seu alterego, Bruce Wayne, destoam da persona sombria e angustiada da DC Comics. É vaidoso, sarcástico, debochado, irado e grosseirão, com sua língua afiada cheia de gírias.

Gaba-se da barriguinha tanquinho, gosta de cantar rap, tocar heavy metal e rir de rolar na poltrona vendo um Tom Cruise meloso em cena de “Jerry Maguire”. Por sadismo, não reconhece o Coringa como arqui-inimigo e vive às turras com o parceiro de Justiça Superman.

“Super-homem, eu sou a sua criptonita”, provoca. “Não falo em sentimento. Não sei o que é isso. Sou um justiceiro, inimigo do crime”, desconversa, quando o mordomo Alfred, o contesta sobre o fato de cultuar a solidão e, por trauma, resistir em fazer parte de uma família de novo.

Sem chororô e nhe-nhe-nhem
Mas medos e traumas são para os fracos e o Batman da Lego não tem tempo para chororô, nem para nhe-nhe-nhem. Sobretudo porque uma onda de crime encabeçada pelo seu arqui-inimigo, Coringa, invade Gotham City, e ele não pode se perder no saco sem fundo que são as crises existenciais. “Se quiser um mundo melhor, olhe para si mesmo e vá em frente”, filosofa.

Mas para enfrentar essa turba ignara de criminosos, ele vai precisar de ajuda e não será a do Superman, muito menos da Liga da Justiça, mas de seu fiel escudeiro Albert, de Robin, o menino órfão adotado pelo multimilionário Bruce Wayne e…

Claro, a Batgirl. As meninas sapateiam quando ela entra em cena ou quando a maliciosa Arlequina dá um rolé de patins ao lado do Coringa.

Ritmo frenético
Bem-humorado, cheio de sacadas referenciais que incluem “Harry Potter”, “Godzilla”, “King Kong” e “O Mágico de Oz”, além de despretensioso, “Lego Batman – O Filme” conta no original com dublagem de astros como Will Arnett (Batman), Zach Galifianakis (Coringa) e Ralph Fiennes (mordomo Alfred).

É um alento de humor criativo dentro do gênero. O visual impressiona, assim como o ritmo frenético do roteiro que parece não respirar. Poderia levar quatro estrelas, mas é uma a menos por conta da falta de modéstia e humildade do nosso super-herói. Para ser ídolo, tem que ter bons modos e um pouquinho de bom senso.

Avaliação: Bom

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