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Crítica: “La La Land” tem visual caprichado, mas um bobo ar de cinismo

Novo filme do diretor de “Whiplash” acompanha os sonhos e as crises de um músico de jazz e uma atriz iniciante

atualizado

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Paris Filmes/Divulgação
la la land, filme
1 de 1 la la land, filme - Foto: Paris Filmes/Divulgação

“La La Land – Cantando Estações” vem sendo tratado por boa parte de público e crítica como um musical gracioso, reverente aos clássicos do gênero (em especial “Os Guarda-Chuvas do Amor”) e equilibrado entre uma verve contemporânea, algo realista, e um ar retrô e romântico. Há controvérsias.

Damien Chazelle, o diretor do adorado “Whiplash” (2015), confirma-se como um jovem prodígio em Hollywood depois de “La La Land”. Isso é o que está nas aparências, nos prêmios e nos elogios rasgados. Mas é incrível como esse mesmo filme também pode soar arrogante, cínico e até rude.

Seguindo à risca a cartilha, o musical coloca dois jovens perseguindo seus sonhos em Hollywood. De início, eles se odeiam num fortuito encontro no trânsito. Obviamente, a rusga é vertida em paixão mútua.

Pose de musical e cinismo à beça
Mia (Emma Stone) pretende seguir a carreira de atriz e conquistar prestígio em Los Angeles. Sebastian (Ryan Gosling) toca piano, mas nutre a vontade de abrir um bar que seja refúgio para o que considera o mais fino dos estilos musicais: o jazz.

Em “La La Land”, a música e a dança parecem encaixotadas na narrativa. Mia e Seb param para trocar passinhos e sapatear e logo a narrativa retorna ao modo convencional. Detalhe: toda a segunda metade do filme praticamente ignora o gênero e se desenvolve como apenas mais um drama romântico.

Nesse vai e vem de flertes e DRs, Chazelle repete os tiques de roteiro vistos em “Whiplash”. Temos, novamente, um “artista” vitimizado, babaca e algo machista. Ele se acha “autêntico” demais para tocar numa banda pop, por exemplo, numa relação hostil mantida com o colega músico Keith (John Legend).

E, por sinal, guarda um certo desprezo por Mia: fornece a ideia para que ela escreva uma peça, mas nem vai no espetáculo. Se há uma coisa que Chazelle sabe fazer é forjar cenas bonitas, como o casal dançando num falso céu de estrelas ou uma sequência inteira filmada num congestionamento. Talvez o problema seja realmente esse: o excesso de cega convicção.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “La La Land – Cantando Estações”.

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