Crítica: Imaginário traz Boneco Diabólico em longa de terror
Buscando fugir dos quatro atos comuns em filme de terror, Imaginário – Boneco Diabólico tenta trazer inovação, mas acaba sendo clichê
atualizado
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Imaginário – Boneco Diabólico chega aos cinemas nesta quinta-feira (14/3) e investe em um subgênero do terror: o boneco assustador. Entretanto, ao contrário de muitos exemplos que temos nas telonas, como Chuck, M3gan e Anabelle, Chauncey, o protagonista da produção, não é exatamente um assassino.
A história do filme se passa em torno da desenhista Jessica (DeWanda Wise). Ela volta à casa que morou em sua infância com seus pais e, agora casada e com duas enteadas – Alice (Pyper Braun), de 10 anos, e Taylor (Taegen Burns), uma jovem que está se descobrindo e tem uma relação complicada com a madrasta.
Em meio aos próprios dramas familiares, Jessica se depara com um trauma de infância que volta e aterroriza, principalmente, Alice. Trata-se do ursinho de pelúcia Chauncey, que é muito mais que um brinquedo e as leva a viver entre os mundos real e de fantasia. O “inocente” brinquedo atua como o amigo imaginário das protagonistas e prepara uma série de “diversões” para abrir um portal.
Há ainda personagens como Gloria (Betty Buckley), babá da infância de Jessica; Max, pai das crianças e marido da protagonista; e a mãe das crianças que pouco aparece na trama, mas é tratada com importância. As aparições da ex-esposa do rapaz trazem suspense (e jumpscare) ao filme.
Dentre as atuações, a que se destaca é a de Pyper. Aos 10 anos, ela se entrega à produção e traz profundidade à personagem.
O mundo imaginário de Boneco Diabólico
O filme não é, propriamente, sobre um boneco de terror, já que não há aquela sede de sangue comum nas produções irmãs, como Anabelle, M3gan e Chuck. Isso acontece porque a produção tenta inovar e trazer outros pontos além dos assassinatos, como a criação de um mundo imaginário.
Como nos filmes de terror, este tem atos muito bem definidos: a introdução, que é a mudança para a casa da infância de Jessica; o início dos acontecimentos estranhos, com uma figura que aparece para explicar os fenômenos – quase sempre um conhecido da família –; e a solução.
A parte imaginária pode trazer um quê de Stranger Things, explorando um próprio Mundo Invertido. Lá, o lindo ursinho de pelúcia se revela em uma nova figura e tenta prender a jovem Alice.
Mesmo tentando da um ar autoral, Imaginário – Boneco Diabólico se perde na quantidade de referências que pega de outras produções do gênero. No fim, é uma coleção de clichês que tornam tudo muito previsível.
Apesar de tentar algo novo e sair da mesmice, o filme conta com um clímax positivo, mas que é ofuscado em outros momentos pela insistência na trivialidade dos longas de terror.