Crítica: Halloween Ends escanteia terror e foca nos fãs da franquia
Último filme da saga de Michael Myers trabalha com fator nostálgico e entrega um roteiro bem pensado, mas com poucos sustos
atualizado
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A saga Halloween, original de 1978, estrelava Jamie Lee Curtis na cidade fictícia de Haddonfield, em Illinois. No filme, um menino de seis anos chamado Michael Myers, com um traje, assassina a irmã mais velha com uma faca de cozinha durante a noite de dia das bruxas. Quinze anos depois, ele foge de um hospital psiquiátrico e persegue Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) e os amigos dela.
A franquia teve sequência em outros filmes, mas o mais marcante é Halloween, de 2018. O longa-metragem revive os acontecimentos de 40 anos atrás retomando o duelo entre o mascarado assassino e a protagonista que luta pela sobrevivência. A produção fez sucesso, principalmente pelas inúmeras cenas de terror e mortes sanguinárias.
Renovada para uma trilogia, o segundo filme, Halloween Kills, foi lançado em 2021 e trouxe sangue e mortes para todos os lados. Agora, em 2022, Halloween Ends surge com a missão de seguir a linha temática explorada pelo antecessor, de resgatar as boas memórias do filme de 1978 e de 2018 e de encerrar a franquia de forma digna.
Várias missões
E, com tantas missões pendentes para menos de duas horas de tela, o filme sofre para entregar tudo que é necessário, mas, ao menos para os fãs da franquia, um final digno para o embate entre Michael Myers e Laurie Strode está lá. Apesar das diversas mudanças de foco durante as cenas por conta da introdução de personagens, muitas vezes desnecessários, os velhos adeptos de Halloween sentirão o vazio ser preenchido com o longa.
Apesar disso, os produtores de Halloween trouxeram uma abordagem diferente para o decorrer do filme. Com um começo lento e moroso, a aposta é em cenas de suspense, angústia e tensão, deixando o clássico terror slasher de lado. A protagonista de Jamie Lee Curtis não é a personagem mais explorada. Corey Cunningham e Allyson, neta de Curtis, roubam a cena como se estivessem em uma aventura jovem.
Entretanto, Laurie Strode e Michael Myers, que ficam em segundo plano, servem para relembrar os fãs de cenas passadas com paralelos bem feitos pelos produtores. Flashbacks e reproduções de momentos parecidos com os de 1978 atiçam a nostalgia presente na mente de cada espectador. Mesmo assim, principalmente do meio para o fim, o filme acaba mostrando falhas no bom roteiro.
Sem aprofundar em questões que necessitariam de uma melhor explicação, a saga Halloween abusa um pouco da inteligência de quem assiste ao ligar dois pontos incongruentes: Kills e Ends. Os filmes apresentam características diferentes e que deixam dúvidas sobre os personagens, principalmente sobre o matador Michael Myers, que praticamente adota um retiro espiritual no último longa.
Mesmo assim, o desfecho é satisfatório. O embate final entre Strode e Myers relembra os melhores momentos da franquia Halloween ao explorar o terror slasher em sua plenitude, sem cortes, sem truques e sem nenhuma piedade, deixando uma sensação boa para quem acompanha o filme desde 1978.
Avaliação: Bom