Crítica: Garra de Ferro é um grande filme com história impactante
Baseada na história real dos irmãos Von Erich, um quarteto profissional de luta livre, Garra de Ferro consegue entregar boa dramaticidade
atualizado
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Garra de Ferro estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (7/3) e conta a história real da família Von Erich. Comandados pelo pai, quatro irmãos seguem a vida de profissionais de wrestling (um espetáculo de luta livre roteirizado) nas décadas de 1980 e 1990 – fica aqui a menção positiva para a boa ambientação feita ao enquadrar o longa-metragem no período estabelecido acima.
Sob o comando do pai (Holt McCallany), que também era o treinador deles, Kevin (Zac Efron), Kerry (Jeremy Allen White), David (Harris Dickinson) e Mike (Stanley Simons) conheceram a glória e a queda a partir do wrestling.
Garra de Ferro tem este nome graças ao golpe de finalização criado pelo patriarca Fritz Von Erich, um lutador que nunca se tornou campeão mundial dos pesos-pesados e resolveu passar o sonho para os filhos. Para isso, ensinou eles a serem fortes e durões, para não sentirem medo de nada.
A produção conta com bom conteúdo no que está relacionado ao ambiente do wrestling, com cenas de combate no ringue, malandragens dos bastidores, politicagens, espetáculos e até mesmo explicações sobre como ocorrem as lutas que muitos acreditam serem manipuladas. Para os fãs e adeptos, não deve ser a excelência imaginada ao ver o cartaz do filme, mas o resultado é satisfatório.
E, apesar de parecer um filme sobre o esporte, o espetáculo, conquistas e derrotas, o enredo de Garra de Ferro acaba tendo desdobramentos muito mais dramáticos do que parece. E esse é um dos grandes acertos, que permeia o longa-metragem do início ao fim.
Garra de Ferro apresenta excelente drama
O diretor e roteirista Sean Durkin foi feliz em explorar o wrestling, uma paixão das pessoas nos Estados Unidos que é transmitida até hoje nas televisões, para trazer assuntos reais e precisos como a união de irmãos, a pressão parental, o esgotamento psicológico e a desistência – tratada de forma positiva e negativa.
Além disso, a escolha de um Zac Efron, longe do príncipe de High School Musical, vivendo o protagonista com muita maturidade, foi acertadíssima. O ator conseguiu reger o filme com uma grande atuação e elevar o nível dos outros atores principais e coadjuvantes, ora estando ao lado deles e ora dando espaço para que brilhassem individualmente.
Os exemplos ficam por conta da mãe dos irmãos (Maura Tierney) e a esposa de Kevin (Lily James), que são escondidas, de certa forma, na produção e aproveitam os poucos momentos de protagonismo para adicionar conteúdo suficiente e capaz de deixar uma marca em Garra de Ferro.
A polêmica escolha da produção de retirar um dos irmãos presentes na história real do filme é, no fim, compreensível. Os irmãos, em cena, vão engolindo cada um dos acontecimentos trágicos e fingindo que estão bem para realizar o sonho do pai. São tantos sofrimentos passados ao longo do enredo que talvez ficasse difícil digerir mais uma história pesada e dramática envolvendo a família Von Erich.
Consistente, mesmo se passando em um longo período de mais de uma década, Garra de Ferro tem um desfecho mais do que satisfatório e, de fato, impactante. A primeira reação é buscar a história real dos Von Erich para entender como tudo aconteceu. E a segunda reação, fatalmente, é aplaudir o bom trabalho feito em contar essa história.
Avaliação: Ótimo