metropoles.com

Crítica: “Esquadrão Suicida” peca pela falta de vilania

O terceiro filme da franquia “Liga da Justiça” tenta inovar ao colocar super-vilões como protagonistas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
esquadrao suicida (1)
1 de 1 esquadrao suicida (1) - Foto: Divulgação

No meio das franquias que unem super-heróis para combater vilões, “Esquadrão Suicida” refresca um pouco ao unir supervilões para combater, veja bem, outros supervilões. Os fãs dos quadrinhos com certeza já conhecerão a maioria destes personagens, mas, para os outros, o longa-metragem do diretor David Ayers mistura os mais conhecidos, como Coringa, Arlequina, Magia e Crocodilo com os mais cults Pistoleiro, Capitão Bumerangue, Katana e El Diablo.

O começo do filme oscila entre apresentar os personagens e mostrar a campanha de Amanda Waller (Viola Davis) junto à burocracia militar para autorizar esta equipe de meta-humanos. Num mundo pós “Batman vs Superman – A Origem da Justiça“, em que seres de outros planetas se mostram capazes de dizimar a população terráquea, todos estão preocupados com uma possível 3ª Guerra Mundial, na qual o combate se daria com superpoderes em vez de armas nucleares.

Assim, Waller, a burocrata durona, e Rick Flag (Joel Kinnaman), o soldado veterano, tentam domar as feras que decidem libertar. Para mantê-las sob controle, apenas uma promessa de redução de pena pelos seus crimes prévios e um pequeno explosivo instalado na cabeça de cada um.

Qual a diferença entre um vilão e um herói?
O maior trunfo do projeto é poder brincar com este enorme leque de personagens verdadeiramente bizarros. Finalmente, um blockbuster de U$ 250 milhões na perspectiva dos vilões. Infelizmente, “Esquadrão Suicida” é uma oportunidade desperdiçada, pois nada particularmente vilanesco acontece. Ele rapidamente se assenta nos moldes de todos os outros blockbusters que vimos, aonde um grupo de pessoas que não se conhece tem de unir forças para combater uma criatura mais poderosa que eles. Se alguém os substituísse por super-heróis, o filme ainda seria o mesmo.

O núcleo do filme pertence à Arlequina (Margot Robbie) e ao Pistoleiro (Will Smith). Ela, louca para voltar ao amor de sua vida, Coringa (Jared Leto), e ele para rever sua filha pequena. Excelentes em seus papéis, passamos muito tempo com as histórias deles em flashbacks. Isso vem um pouco em detrimento dos outros membros do esquadrão, alguns do quais nem recebem 10 segundos de desenvolvimento. Fica até um pouco fácil deduzir quem vai morrer e quem não vai.

Sobre o Coringa, aliás, deve-se dizer que o espectador que quer um Coringa com uma tatuagem escrito “danificado” na testa, vai gostar desta encarnação do príncipe palhaço do crime. Já quem acha essa caracterização um tanto espalhafatosa certamente não encontrará nada para elogiar no resto da atuação. Mesmo sua presença no filme é desnecessária, visto que ele não é um membro do esquadrão e nem interfere na missão.

Aparecendo e desaparecendo como um gangster histriônico, é o personagem menos interessante do par romântico que faz com Arlequina. Constantemente brincando com sua sexualidade e o efeito que ela tem sobre os homens, a Arlequina de Margot Robbie deixa todos à sua volta inferiores, incluindo o amor de sua vida. É fácil entender porque o Coringa está constantemente atrás dela, mas é difícil acreditar que ela tenha qualquer interesse nele.

Tiro, porrada e bomba
Tratando-se de um filme com censura para 12 anos, o espetáculo de ação rola solto, com explosões, tiros e a velha luta mano-a-mano, mas sem sangue e sem consequências de peso. Num time de brutamontes, as três mulheres tem papéis importantes. Waller, aliás, é a única que não precisa disparar nenhum tiro ou golpe para conseguir o que quer, tamanho seu poder de intimidação sobre os outros.

Além disso, o filme fica com o ritmo frenético de tantos outros que tentam ao máximo apelar para a juventude. Músicas pop entram e saem, planos das cenas de ação caóticos, e os impulsos de um ou outro personagem não fazem muito sentido. Filme de ação derivativo, Ayer e os roteiristas parecem não querer dizer nada em especial sobre seus personagens e suas situações. O objetivo é apenas uma aventura caótica com uma ou outra pitada de humor.

Apesar de não inovar tanto nos padrões do filme de super-heróis, é bem possível que, se “Esquadrão Suicida” conseguir arrecadar muito nos cinemas, seu diretor consiga um pouco mais de liberdade para arriscar coisas novas em futuras sequências.

Avaliação: Regular

Veja salas e horários do filme

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?