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Crítica: “Emoji: O Filme” é golpe publicitário disfarçado de animação

Nova animação da Sony, mesmo estúdio de “Angry Birds: O Filme”, segue um emoji capaz de mudar de expressão

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Sony Pictures/Divulgação
emoji filme
1 de 1 emoji filme - Foto: Sony Pictures/Divulgação

“Emoji: O Filme” é o mais perto que o cinema pode chegar de uma peça publicitária com 86 minutos de duração. O longa se passa no interior do celular do garoto Alex, mais precisamente em Textópolis, a cidade dos emojis que habita um aplicativo de texto.

Essa estrutura de apresentar um mundo secreto que os humanos (sobretudo os adultos) desconhecem virou fórmula para a maioria das animações: das melhores, como “Toy Story” (1995), a produtos que meramente repetem o molde, a exemplo de “Pets” (2016).

Chamar “Emoji” de esquemático, previsível ou clichê seria um elogio que o filme não se esforça para merecer. O personagem principal, Gene, é uma expressão fabricada para fazer cara de paisagem (“meh” em inglês ou “é…” na tradução feita pelo filme).

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"Emoji": do mesmo estúdio de "Angry Birds: O Filme", outro filme da Sony que também tentou explorar produtos de sucesso dos smartphones.
No filme, os emojis habitam a cidade de Textópolis.
<b>Emoji</b>. Filme aproveitou a onda de animações como Detona Ralph (2012), sobre o mundo dos videogames, e a franquia Lego
"Emoji: O Filme": animação disfarçada de golpe publicitário.
Pôster de "Emoji: O Filme".
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"Emoji: O Filme": seríssimo candidato a pior do ano.

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"Emoji": do mesmo estúdio de "Angry Birds: O Filme", outro filme da Sony que também tentou explorar produtos de sucesso dos smartphones.

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No filme, os emojis habitam a cidade de Textópolis.

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Emoji. Filme aproveitou a onda de animações como Detona Ralph (2012), sobre o mundo dos videogames, e a franquia Lego

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"Emoji: O Filme": animação disfarçada de golpe publicitário.

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Pôster de "Emoji: O Filme".

Sony/Divulgação

 

O emoji descobre talento para mostrar outras carinhas (de medo, raiva, amor, dúvida etc) justamente quando o aplicativo é usado. A mensagem de Alex, endereçada a uma garota do colégio, transmite sentimentos confusos. E todos os colegas de trabalho de Gene veem nele uma aberração, uma falha.

Ação de marketing cínica e venenosa
Como numa exposição de marcas em forma de produto animado para crianças, “Emoji” passeia pelo interior do celular citando nomes e logos de aplicativos diversos. A mãe de Gene procura o filho no Instagram.

Uma emoji que largou a roupa de princesa e uma carinha “bate aqui”, ambos renegados pelos conterrâneos de Textópolis, juntam-se a Gene em uma jornada que pretende evitar que o smartphone de Alex seja formatado – e, por consequência, todos eles deletados.

Eis a solução: entrar na nuvem virtual via Dropbox, o app de armazenamento de arquivos. Não há uma história a ser contada, mas as mensagens publicitárias estão por toda parte: nada é mais importante que o seu smartphone; não perca tempo, troque as palavras por emojis.

Enquanto “Detona Ralph” (2012) conseguiu traduzir o mundo dos videogames em algo cativante, “Emoji”, produto fabricado na onda do filme dos “Angry Birds” (ambos são do estúdio Sony) e da franquia “Lego”, alinha atrativos de celular em uma descarada, cínica e venenosa ação de marketing.

Ninguém duvida de que “Piratas do Caribe”, “Transformers”, os desenhos da Disney e as aventuras de DC e Marvel também tenham como objetivo atazanar pais de crianças e adolescentes diante de novas linhas de brinquedos e seus respectivos parques temáticos.

Mas pelo menos há na maioria desses filmes, mesmo nos piores, uma quantidade diminuta ou razoável de cinema, de narrativa. Depois de “Emoji”, o que teremos a seguir? Um spin-off sobre a história de origem da carinha de cocô?

Avaliação: Ruim

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