metropoles.com

Crítica: em Reino Ameaçado, Jurassic World recicla ideias manjadas

Erupção vulcânica, novo dinossauro criado em laboratório e plano maquiavélico de comercializar animais formam a trama da continuação

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Universal Pictures/Divulgação
jurassic-world-2-blue-fallen-kingdom1
1 de 1 jurassic-world-2-blue-fallen-kingdom1 - Foto: Universal Pictures/Divulgação

Poucos filmes de franquia de Hollywood em 2018 serão tão preguiçosos quanto Jurassic World: Reino Ameaçado, sequência de Jurassic World (2015) que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta (21/6).

Se o capítulo anterior abusou da nostalgia ao funcionar como versão anabolizada e com “mais dentes” de Jurassic Park (1993), a continuação parece seguir o caminho natural de expandir algumas ideias do longa de 2015 – a tentativa de militarizar os dinossauros e o coquetel de genes para formar um animal perfeito, por exemplo – e se filiar à primeira sequência da franquia, O Mundo Perdido (1997), também assinada por Steven Spielberg.

5 imagens
Tiranossauro rex: coadjuvante em Reino Ameaçado
Juan Antonio Bayona, diretor espanhol do longa, também assinou O Orfanato (2007), O Impossível (2012) e Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016)
Chris é conhecido por filmes como Guardiões da Galáxia e Jurrasic Park
Pôster de Jurassic World: Reino Ameaçado
1 de 5

Claire (Bryce Dallas Howard): em defesa dos dinossauros

Universal Pictures/Divulgação
2 de 5

Tiranossauro rex: coadjuvante em Reino Ameaçado

Universal Pictures/Divulgação
3 de 5

Juan Antonio Bayona, diretor espanhol do longa, também assinou O Orfanato (2007), O Impossível (2012) e Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016)

Universal Pictures/Divulgação
4 de 5

Chris é conhecido por filmes como Guardiões da Galáxia e Jurrasic Park

Universal Pictures/Divulgação
5 de 5

Pôster de Jurassic World: Reino Ameaçado

Universal Pictures/Divulgação

 

Owen Grady (Chris Pratt), o treinador amigo dos velocirraptores, e Claire Dearing (Bryce Dallas Howard), ex-gerente de operações do parque destruído em Jurassic World, continuam na condição de casal em potencial.

Eles voltam a unir interesses – a defesa dos dinossauros – e flertes bobinhos quando Eli Mills (Rafe Spall), braço direito do moribundo ricaço Benjamin Lockwood (James Cromwell), cocriador do primeiro parque temático, chama-os para uma missão um tanto suicida: orientar uma equipe a remover os animais da ilha Nublar e transportá-los para outra, um “santuário”, antes que uma erupção vulcânica imponha aos bichos uma segunda extinção.

Mills não dá a mínima para a sobrevivência dos dinos (pasmem!) e bola um plano maquiavélico: trazer os animais para o continente a fim de vendê-los para compradores internacionais – entre eles, traficantes, criminosos e até empresários que vislumbram explorar os “produtos” em circos.

Reino Ameaçado seria um filme minimamente simpático se não dependesse tanto de temas já vistos antes. A própria transformação dos animais em armas começou em Jurassic World e pouco avança no novo filme. O prólogo mostra que uma equipe de mercenários comandada por Mills visitou Nublar antes da missão de salvamento, para coletar DNA do falecido Indominus Rex.

Desta vez, o doutor Henry Wu (BD Wong) forja o Indoraptor, um híbrido perfeito de tiranossauro e velocirraptor, capaz de obedecer ordens humanas para matar e destruir. O projeto ainda envolve usar o DNA do último raptor vivo, Blue, para criar versões aprimoradas do novo espécime. Mais um superdino destinado a ser um vilão previsível e convenientemente abatido por um colega.

O retorno dos animais a uma cidade lembra o eixo principal de O Mundo Perdido (1997). A diferença é que Reino Ameaçado adia o caos urbano o quanto pode. Provavelmente veremos se há possibilidade de coexistência de humanos e dinossauros no próximo longa.

Colin Trevorrow, diretor de World, deixa o cargo para o espanhol Juan Antonio Bayona, conhecido por O Orfanato (2007). Ele tenta trazer para a franquia um pouco do seu terror, arraigado na fantasia, ao criar um sem-número de cenas de monstro – com direito a uma garra do Indoraptor pairando sobre a cama da menina Maisie (Isabella Sermon), neta de Lockwood, trêmula de medo sob o lençol.

O suspense dá os seus sustinhos, mas parece faltar ação e senso de aventura à narrativa. Trevorrow segue como roteirista ao lado de Derek Connolly, o que garante personagens tomando decisões estúpidas o tempo todo – Ken (Ted Levine), líder dos mercenários, entra na jaula do Indoraptor para extrair um dente e ostentá-lo como troféu – e reviravoltas mirabolantes – Maisie, a garotinha spielberguiana, é quem decide o destino dos dinos no ato final.

Reino Ameaçado decepciona tanto que torna Jurassic World melhor do que realmente é. Um filme sobre “desextinção”, ganância e dilemas universais – conseguimos coabitar a Terra com os dinossauros ou devemos exterminá-los em nome da sobrevivência? – incapaz de articular ideias ou até mesmo divertir.

Avaliação: Ruim

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?