Crítica: Duna é um espetáculo visual com “cheirinho” de próxima franquia pop
Dirigida por Denis Villeneuve, adaptação da obra de Frank Herbert une o lado poético de Blade Runner 2049 com o pop de Star Wars
atualizado
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Um dos clássicos da literatura de ficção-científica, Duna foi inspiração para várias produções que são marcos da cultura pop, como Star Wars e Game of Thrones, mas nunca conseguiu ocupar seu espaço de importância nos cinemas ou na televisão (com versões fracassadas em ambas as mídias). Agora, sob a direção de Denis Villeneuve (Blade Runner 2049, A Chegada), a saga – considerada uma das obras mais difíceis de serem adaptadas – se candidata a se tornar a próxima franquia de sucesso dos cinemas.
Baseado na obra de Frank Herbert, Duna se passa em um futuro longínquo, onde várias casas vivem sob a governança de um poderoso imperador. Líder de uma de uma importante família do universo, o duque Leto Atreides (Oscar Isaac) é convidado a administrar o desértico planeta Arrakis, também conhecido como Duna, local que é única fonte de uma especiaria rara usada para estender a vida humana, chegar a velocidade da luz, entre outras coisas.
Na tentativa de garantir o seu futuro e o de seu povo, Leto vai para Arrakis com o filho Paul Atreides (Timothée Chalamet), um jovem talentoso e destinado a governar, e a concubina Lady Jessica (Rebecca Ferguson), que também é uma Bene Gesserit – importante ordem religiosa que é chave para a manutenção do sistema político do universo. Porém, uma reviravolta acaba mudando o rumo da família Atreides e Paul embarca em uma jornada de descoberta e sobrevivência pelo deserto em busca dos nativos do planeta, os Fremen.
Espetáculo
Com estreia marcada nesta quinta-feira (21/10), Duna une o melhor de Blade Runner 2049 (a fotografia impecável de Greig Fraser e a maestria de Hans Zimmer na trilha sonora) com uma história pop e empolgante que mistura Game of Thrones e Star Wars. Com pouco mais de 2h30 de duração, o longa leva o espectador para uma viagem por um épico feudal no espaço e te faz não querer sair mais dela.
Diferente do que fez em Blade Runner, Villenueve entrega um filme focado bem mais em apresentar o universo ao público geral do que propriamente entregar um trabalho para os fãs assíduos da obra – algo adiantado por ele em entrevista a IndieWire – mas, claro, sem deixar de lado a assinatura marcante de seus filmes.
Até por conta dessa escolha de atingir o grande público, em seus primeiros 50 minutos, Duna por vezes deixa uma sensação de lentidão e parece que vai demorar a engrenar. Mas as escolhas se mostram totalmente compreensíveis pela quantidade de informações que precisam ser apresentadas e explicadas, bem como pela bom ritmo dos dois atos restantes.
Como alguém que não conhecia a obra de Duna afundo, a sensação que fica ao assistir o longa é de como se você estivesse quando começa a leitura de uma nova saga ou mesmo a assistir uma nova série/franquia de filmes: começa meio perdido, tentando se ambientar naquele universo, mas, de repente, se vê preso ao ponto de não querer mais parar até saber tudo o que irá se desenrolar e, quando acaba, fica com aquele gostinho de “quero mais”.
Visualmente espetacular, com uma trilha sonora marcante e uma história que tem tudo para conquistar o coração do público, que está carente dos épicos espaciais nos cinemas e das tramas feudais de Senhor dos Anéis e GoT, Duna tem tudo para se tornar a próxima franquia de sucesso da cultura pop.
Avaliação: Ótimo