Crítica: Cruella mostra origem da vilã com Emma Stone inspirada
Atriz e o roteiro afiado, que busca se aprofundar na vilania da personagem, são grandes destaques da produção
atualizado
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Nos últimos anos, a Disney expandiu seu universo ao abordar seus vilões, trazendo eles para o papel de protagonistas – algo muito comum nos quadrinhos, por exemplo. Se em Malévola, o estúdio quis reescrever a história da personagem, em Cruella, a abordagem é diferente e muito interessante.
O novo live-action da Disney, que estreia em 28 de junho, não transforma quem era má em boa. Mas, nem por isso, deixa de humanizar a personagem: Cruella segue sendo quem conhecemos, mas, após o filme, será muito mais fácil entender o porquê de ela ter virado a vilã dos 101 Dalmatas.
Ao optar por essa narrativa, o filme, dirigido por Craig Gillespie, conta a trajetória da rebelde Estella até se tornar a poderosa vilã Cruella Devil, em um caminho que, acredite se quiser, faz o espectador se afeiçoar pela “malvada”. E aí está o trunfo do longa: a personagem principal conquista do primeiro ao último minuto em tela.
Outro fator de sucesso da produção é o carisma de Emma Stone, que incorpora a vida da jovem rebelde em busca de sucesso e lida muito bem com as duas personalidades da protagonista. A atriz entrega uma atuação carismática, ajudada por um roteiro que, mesmo se passado nos anos 1960 e 1970, recusa-se a ser datado – homens podem ser o alívio cômico no embate de mulheres fortes, por exemplo.
Todas essas inserções do filme, no entanto, não deixam o longa pesado (apesar da estética punk). Cruella é, em essência, uma produção para família, um conto de fadas sobre uma vilã.
Roteiro afiado, uma premissa moderna, a trilha-sonora do rock inglês e o ar rebelde de Emma Stone (seja como Estella ou Cruella) fazem do longa da Disney uma experiência que eleva a produção original: Cruella é muito mais interessante que Os 101 Dálmatas.
As safras de remakes em live-action sofrem com altos e baixos, Cruella – com alguma licença-poética, pois se trata de uma história de origem – é certamente um dos maiores acertos recentes do estúdio.