Crítica: Clint Eastwood extrapola persona do caubói durão em Cry Macho
Aos 91 anos, astro dirige, produz e estrela longa que mistura faroeste a filmes de viagem
atualizado
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Cry Macho: O Caminho para a Redenção chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (16/9). O filme, um clássico faroeste, celebra a carreira de Clint Eastwood, protagonista à frente e atrás das câmeras. O longa é inspirado em livro homônimo escrito por N. Richard Nash, que assina o roteiro junto a Nick Schenk.
Aos 91 anos, Eastwood dirige, produz e estrela o filme. Ele é Mike Milo, caubói aposentado dos rodeios. Depois de um acidente de trabalho e de perder a família, ele se compromete a levar o filho de seu ex-chefe em uma viagem do México aos Estados Unidos.
Do percurso difícil nasce uma conexão entre o veterano e o adolescente. Ambos reconhecem um no outro um porto seguro que os dois há muito tempo não tinham.
Para proteger o menino, Mike abre mão da figura durona do caubói característico do faroeste, já interpretado muitas vezes por Clint Eastwood. Em cena reflexiva, ele abre o jogo: a figura do macho pode não ser tudo isso. Neste momento, a trajetória do personagem e da imagem pública do ator se fundem.
Mike se reinventa quando enxerga uma nova possibilidade além dos traumas e tristezas passados. Ele se mostra divertido, respeitoso com mulheres e crianças, amante dos animais. Forma uma equipe inusitada e divertida junto ao jovem Rafo (Eduardo Minett) e seu galo de estimação, Macho.
Nesse faroeste moderno, o longa entrega bonitas paisagens interioranas em takes abertos e cenas clássicas do gênero, como o grupo dormindo ao redor da fogueira e Clint Eastwood domando cavalos selvagens.
Quem se destaca também é a coadjuvante Marta (Natalia Traven), mexicana dona de um restaurante que acolhe os viajantes. Sua ajuda vem da vontade em ajudar e não pela submissão, papel já atribuído às mulheres no gênero. Ela é forte sem abrir mão do amor e da bondade.
Veja trailer: