Crítica: Avatar 2 é um deslumbre visual que supera todos os clichês
Avatar: O Caminho das Águas é uma viagem submarina ao incrível mundo de cores e texturas criado por James Cameron: filme está nos cinemas
atualizado
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Avatar: O Caminho da Água, ou simplesmente Avatar 2, é um deslumbre visual do começo ao fim – em um trajeto que dura 3 horas. É muito difícil sair da sala de cinema sem ficar embasbacado com as cenas em Pandora, com as cores, com as imagens dos seres aquáticos… É tanta coisa, que o encanto não é quebrado, nem mesmo, pela história genérica ali contada.
Genérica porque a luta do bem x mal, com mensagens sobre meio-ambiente, já foi contada diversas vezes. Até mesmo, 13 anos depois, os personagens são iguais. Jake Sully (Sam Worthington) e Neytiri (Zöe Saldaña) – e seu filhos – confrontam um clone Na’Vi do Coronel Miles Quaritch (Stephen Lang). A motivação? Sem novidades: a humanidade quer explorar recursos naturais de Pandora.
O ponto é que, roteiro genérico por roteiro genérico, a gente consome vários há anos com a invasão das franquias. Avatar 2 se torna diferente porque é um espetáculo visual: James Cameron e equipe trabalham o 3D de maneira eficiente, criam um universo de cores, texturas e sensações (sim, a câmera te faz entrar e sair da água). Há algo para vermos e sentirmos, ao invés de (somente) explosões, locações indiferentes e câmeras apressadas.
Tudo isso faz de Avatar 2 uma experiência: o que no fundo é o que o público quer numa sala de cinema, ser transportado para um mundo novo. Outro acerto do filme são as cenas dentro d’água. Não só pela beleza, mas pela sensação de estar ali, vendo seres que o oceano de Pandora apresenta.
O mundo de Avatar 2
Há um momento no filme, em que Lo’ak (Britain Dalton), um dos filhos de Neytiri e Sully, nada ao lado de um Tulkun, uma das criaturas do oceano. Ao fim da coreografia, que marca a aproximação entre os dois, a câmera surge debaixo e mostra ambos indo à superfície. É a união do digital (já que são criaturas criadas por computador) com o trabalho dos atores envolvidos na cena, que foi, de fato, gravada debaixo d’água: é tão envolvente que fica difícil pensar que aquilo não é 100% real. Cameron, mais uma vez, usa a tecnologia a favor daquilo que deseja mostrar.
Avatar 2, aliás, também impressiona no momento da ação: maquinários pesados, barcos, Na’Vi e humanos se confrontando. Tudo acontecendo em tela. Seria incrível, não fossem os intermináveis clichês que cercam essa história (que vão de falas óbvias a atitudes previsíveis dos personagens).
Cinema é a arte visual de se contar uma história. Se a trama não é lá muito inovadora, a parte criativa de Avatar 2 compensa tudo e se sobressai. É o tal filme-evento, aquele no qual é preciso estar de frente a uma tela grand; aquele que James Cameron faz muito bem.