Crítica: Ataque dos Cães conta trama sobre o conflito civilizatório
Passado em 1920, Ataque dos Cães acompanha Phil Burbank (Benedict Cumberbatch), um fazendeiro durão que se opõe frontalmente ao seu irmão
atualizado
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Em alguns filmes, a fotografia se comporta como um elemento estético, que realça as belezas (ou as feiuras) daquele universo. Ataque dos Cães, novo filme de Jane Campion (O Piano) na Netflix, usa o recurso para acrescentar a narrativa. Os constantes planos abertos avisam ao espectador que, por vezes, é necessário observar o todo, não apenas o que salta aos olhos.
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Passado em 1920, Ataque dos Cães acompanha Phil Burbank (Benedict Cumberbatch), um fazendeiro durão que se opõe frontalmente ao seu irmão, George (Jesse Plemons). O duelo fraternal é marcado por visões opostas sobre a vida, o amor e os negócios. Porém, os dois precisam tocar a lucrativa fazenda da família.
Adaptado do romance de 1967, escrito por Thomas Savage, o filme foca no embate civilizatório que existia no começo do século 20, mostrado pelos olhos do conflito familiar, que ganha mais camadas após George se casar com Rise (Kirsten Dunst) e adotar o filho adolescente, Peter (Kodi Smit-McPhee).
Benedict Cumberbatch em alta
Ao posicionar todos os personagens, Ataque dos Cães constrói sua história, centrada em grande parte no confronto entre Rose/George e Phil.
O grande mérito de Jane Campion em Ataque dos Cães é revelar até onde um homem pode ir para controlar sua própria natureza e, para entregar isso, Benedict Cumberbatch oferece uma atuação carregada de nuances, distante do carisma exagerado de seus trabalhos em blockbusters.
A tensão que domina todo o filme prende atenção do espectador. Mesmo que siga em um compasso mais contemplativo, o filme não fica enfadonho e segue seu ritmo até o final: que termina em um resolução ao mesmo tempo surpreendente e satisfatória.
Ataque dos Cães é um dos filmes mais interessantes de 2021 e, mais do que isso, é uma história que convida a um entendimento sobre a natureza humana e seus conflitos.
