Crítica: animação PéPequeno tenta unir yetis e seres humanos
Desenho da Warner Bros. acompanha uma criatura do Himalaia que tenta provar a existência dos “pés pequenos” para a sua tribo de gigantes
atualizado
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PéPequeno, nova animação do estúdio da Warner Bros., inverte o ponto de vista habitualmente direcionado ao abominável homem das neves, como popularmente conhecemos o yeti. Desta vez, nós, os humanos, somos criaturas lendárias e ameaçadoras, relegadas à imaginação dos protagonistas.
No filme de Karey Kirkpatrick, diretor de Os Sem-Floresta (2006) e roteirista de James e o Pêssego Gigante (1996), seguimos o dócil Migo (voz de Channing Tatum na dublagem original). Ele sonha em suceder o pai no posto de tocador do gongo.
É assim que a tribo de yetis desperta todas as manhãs, acreditando que o ruído traz para o Himalaia a luz do gigantesco caramujo cintilante – o sol, claro. Um belo dia, Migo calcula errado a trajetória de voo e acaba caindo quase nos limites da cadeia de montanhas. Um avião surge cortando os céus e desaba em chamas. Nosso protagonista vê, cara a cara, um ser humano.
Com traços que privilegiam variados tons azulados para trabalhar a textura de yetis e construções sobre a neve, o desenho aos poucos mostra como o reino dos “abomináveis” vive adormecido por leis enganosas. Eles vivem acima das nuvens e não acreditam na existência dos “pés pequenos”.
Por sinal, mantêm uma rotina ritualística para alimentar entidades religiosas e mágicas, como um grupo de animais que supostamente sustenta as rochas sobre as quais vivem as criaturas.
Em sua jornada para entrar no mundo para além do Himalaia, Migo conhece Percy Patterson, jornalista de televisão especializado em matérias sensacionalistas sobre o mundo animal. A aparição do forasteiro representa oportunidade única para que ele grave a reportagem de sua vida e vire uma celebridade de fama internacional.
Apesar do visual de fácil assimilação pela plateia infantil e adulta, PéPequeno soa genérico na comparação com desenhos de estúdios rivais, como Pixar, BlueSky e DreamWorks. As sequencias musicais pouco criativas, por exemplo, rendem uma comparação óbvia com os produtos da Disney.
Com tintas de grande produção de um estúdio recém-renovado – a WAG (Warner Animation Group) estreou com Uma Aventura Lego (2014) –, o filme deve encontrar público fiel nas crianças pequenas, mas talvez aborrecer os mais crescidos. Vale ser visto em programa de família por sua bem-vinda mensagem de amor ao próximo em tempos tão intolerantes.
Avaliação: Regular