Crítica: A Noite do Jogo mistura ação e comédia em trama empolgante
Filme estrelado por Rachel McAdams e Jason Bateman segue grupo de amigos envolvido numa brincadeira de vida ou morte
atualizado
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Em A Noite do Jogo, brincadeira é coisa séria. Nas cenas de abertura, conhecemos o casal Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams). O cotidiano deles gira em torno de tabuleiros, duelos de adivinhação e o que mais a imaginação permitir. Os dois também competem à beça em encontros de amigos. Em uma madrugada qualquer, as disputas lúdicas ganham consequências fatais.
Com um tino curioso para misturar humor, mistério e alguma sanguinolência, a trama envolve o retorno de Brooks (Kyle Chandler), o irmão bem-sucedido de Max. Sumido há um ano, ele contrata uma empresa de jogos de mistério para uma noite entre amigos diferente das demais.Brooks, Max, Annie e os casais Kevin (Lamorne Morris) e Michelle (Kylie Bunbury) e Ryan (Billy Magnussen) e Sarah (Sharon Horgan) têm de resolver uma história de mistério que começa com um desaparecimento. A dupla vencedora ganha um Corvette Stingray, presente do anfitrião.
Apesar de se anunciar aparentemente como um filme de suspense, é a comédia que leva a trama adiante. Jonathan Goldstein escreveu Quero Matar Meu Chefe (2011). John Francis Daley participou do roteiro de Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). Ambos dirigiram o quinto Férias Frustradas (2015) e assinam A Noite do Jogo.
Sequestradores invadem a mansão e levam Brooks após uma intensa troca de socos e chutes. Os três casais de jogadores comem petiscos enquanto veem a pancadaria. Parte do charme do filme é fazer o espectador sacar onde termina a brincadeira e começa o desenrolar de um crime. Os personagens só descobrem a verdade mais adiante.
Aos poucos, as próprias engrenagens do roteiro passam a ludibriar o público enquanto os amigos, cada um à sua maneira, tentam achar Brooks. Sobra autoironia nas piadinhas: da encenação capaz de manipular as expectativas da plateia às referências espirituosas a astros e filmes de ação, como Denzel Washington e Liam Neeson – “é no Busca Implacável 3 que ele joga um carro no avião?”, pergunta Max durante uma perseguição.
Elenco principal à parte, ainda há um coadjuvante hilário navegando pela trama em momentos-chave: Gary (Jesse Plemons), o vizinho policial solitário e excêntrico de Max e Annie. Daley e Goldstein por vezes dão um peso excessivo ao humor e acabam metralhando a trama de piadas – várias não colam. Mesmo assim, A Noite do Jogo é a versão cômica de Vidas em Jogo (1997) que queríamos e não sabíamos.
Avaliação: Bom