Crítica: A Morte Te Dá Parabéns 2 espelha o primeiro com tons cômicos
Continuação do longa de 2017 traz pegada de ficção científica e comédia à saga da azarada universitária Tree (Jessica Rothe)
atualizado
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A Morte Te Dá Parabéns 2 dá sequência a um dos filmes de terror mais surpreendentes dos últimos anos. Em 2017, o primeiro longa conquistou boa bilheteria (US$ 125,5 milhões) a partir de baixo orçamento (US$ 4,8 milhões) dando novo sentido ao já manjado (mas sempre empolgante) mote de Feitiço do Tempo (1993), onde o personagem de Bill Murray revive o mesmo dia ininterruptas vezes.
Com Jessica Rothe de volta ao papel da universitária Tree Gelbman e Christopher Landon retornando à direção – desta vez ele também assina o roteiro –, a franquia agora assume ares de ficção científica e intensifica o que havia de cômico na primeira história.
De certa maneira, como é comum em qualquer universo cinematográfico, sobretudo de horror, a continuação também espelha descaradamente o que deu certo no passado. Até por isso, os primeiros minutos soam quase como uma pegadinha: o coadjuvante Ryan (Phi Vu), melhor amigo de Carter (Israel Broussard), o crush de Tree, desperta repetidas vezes na mesma manhã de sempre.
Aos poucos, Landon bola uma explicação “racional” para o que aconteceu com Tree no primeiro filme: tudo não passava de um ciclo temporal criado pela máquina quântica testada por Ryan e seus comparsas cientistas Samar (Suraj Sharma) e Dre (Sarah Yarkin).
Um novo experimento lança Tree de volta ao loop do dia 18 de fevereiro, o de seu aniversário. Agora, porém, ela se vê em uma dimensão alternativa. Nela, sua mãe, Julie (Missy Yager), está viva e Carter namora com Danielle (Rachel Matthews), insuportável colega de fraternidade. Lá pelas tantas, a jovem terá que decidir entre permanecer no universo paralelo ou retornar à normalidade.
A Morte Te Dá Parabéns 2 encontra seus melhores momentos quando procura se distanciar do primeiro. Uma vez presa a mais um loop, Tree ainda mantém a memória de cada “renascimento”. Ela usa isso para decorar algoritmos diversos e ajudar os amigos nos novos cálculos, já que para eles tudo começa do zero a cada reinicialização.
Para evitar sempre ser assassinada pelo matador com máscara de bebê ao fim do maldito 18/2, ela prefere se suicidar – de maneiras mirabolantes e hilárias, funcionando como um pastiche da franquia Premonição.
Ao propor uma expansão tímida da saga – a mitologia só parece avançar apressadamente nos minutos finais –, Landon entrega nada além de um mero rearranjo do que já foi visto dois anos atrás. Longe de um desastre completo – afinal, ainda diverte –, mas aquém das possibilidades permitidas pelos conceitos mutantes do cinema de terror.
Avaliação: Regular