Crítica: “A Lei da Noite” mira o épico de máfia, mas fica na pose
Novo filme dirigido por Ben Affleck, “A Lei da Noite” narra a criação de um império do crime por um gângster de Boston na ensolarada Flórida
atualizado
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“A Lei da Noite”, por ironia, tem seus momentos mais urgentes ambientados de dia, sob o sol da Flórida. É o cenário escolhido por Ben Affleck para voltar à direção alguns anos após a vitória no Oscar com “Argo” (2012).
Lá, homens de Boston, onde o ator-diretor foi criado, estabelecem um império mafioso que acirra rivalidades e tensões à época da lei seca nos EUA, entre os anos 1920 e 1930.
“A Lei da Noite” assimila e replica genuínos momentos de filmes de máfia: assassinatos frios cometidos no meio da rua, conversas tensas entre homens violentos e um código de honra sujeito a traições e surtos de violência.
Joe Coughlin (Affleck) se envolveu com Emma (Sienna Miller), amante de Albert White (Robert Glenister), líder dos gângsteres irlandeses. Ele voltou da Primeira Guerra Mundial e se especializou em assaltos. Mas não se considera um mafioso. Nem deseja ser.
Um filme de máfia posudo, mas confuso
Ele se associa a Maso Pescatore (Remo Girone), figurão italiano de Boston, para dar um jeito em White. Joe, um homem comum, manso, mas envolvido em coisas erradas, muda-se para Tampa, na Flórida, e lá constrói um verdadeiro império do crime por veio da venda de rum.
Affleck, como ator, parece incapaz de entender e personificar as complexidades do personagem. Numa América dividida por tensões raciais, Joe se apaixona pela cubana Graciela (Zoe Saldana) e dirige clubes frequentados por latinos e negros.
Enquanto desmonta os negócios de White na Flórida, Joe cumpre uma missão pessoal de enfrentar os racistas da Ku Klux Klan. No fim das contas, há até uma cristã fanática (Elle Fanning) que condena jogos, bebidas e demais prazeres mundanos justo no momento em que Joe tenta concretizar o projeto de um cassino em Tampa.
“A Lei da Noite” almeja ser um épico de máfia sobre a transformação de um homem comum em um rei do crime. Atarefado na direção e como protagonista, Affleck jamais consegue converter a pose estilosa do projeto em um verdadeiro bom filme de gângster.
Avaliação: Regular
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