Crítica: A Freira amplia saga Invocação do Mal com demônio em convento
Quinto filme do universo de terror volta aos anos 1950 para mostrar investigação sobre uma religiosa suicida na Romênia
atualizado
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A Freira, filme de terror da franquia Invocação do Mal, chega aos cinemas para expandir a história do demônio Valak (Bonnie Aarons), cuja principal forma é a de uma religiosa horripilante, com dentes afiados e olhos fundos.
No ano de 1952, pouco antes dos eventos mostrados no recente Annabelle 2: A Criação do Mal, o Vaticano decide enviar o padre Burke (Demián Bichir), especialista em “caçar milagres” e outros eventos sobrenaturais em nome da Igreja Católica, e a noviça Irene (Taissa Farmiga) para o interior montanhoso da Romênia.
Lá, numa abadia ocupada por irmãs em clausura, uma jovem freira acaba de cometer suicídio. Foi encontrada por Maurice Theriaulta (Jonas Bloquet), camponês conhecido na região como Frenchie.
Aos poucos, a dupla de investigadores descobre razões espirituais para o total isolamento do convento: há um ser maligno que ali habita. As religiosas realizam um ciclo de adoração constante a Deus para ao menos conter o espírito das trevas e mantê-lo confinado entre as paredes da instituição.
A Freira é ainda mais gótico que os quatro filmes anteriores da saga. Corredores mal iluminados e labirínticos canalizam visões, alucinações e episódios de possessão demoníaca. Tudo em uma só locação. Uma vez na abadia, Burke e Irene se veem aprisionados no território de uma entidade facilmente confundida com uma discreta religiosa.
A morada de Valak no castelo é atrás de uma porta com a seguinte inscrição: “Deus termina aqui”. Mas, na verdade, ele se faz presente em qualquer lugar, se apresentando a Irene no reflexo de um espelho ou espreitando às costas dos personagens.
O filme não poderia deixar de se filiar ao resto da franquia. Não por acaso, o belga Maxime Alexandre, fotógrafo de Annabelle 2, trabalhou em A Freira, e há todo um fluxo de sustinhos, brincadeiras visuais e aparições sobrenaturais frenéticos dignos de Invocação do Mal.
Em seu segundo longa, o diretor inglês Corin Hardy (A Maldição da Floresta) não vai muito além de uma atmosfera minimamente tensa pontuada por tediosos momentos expositivos – os longos minutos de explicação das origens de Valak, por exemplo – e algumas cenas bem pensadas, como Burke enterrado vivo ou o truque da Noviça nos momentos finais. Lá pelas tantas, tem até freira zumbi.
O prólogo e o epílogo criam as conexões necessárias para que o público entenda como A Freira se posiciona na franquia. Trata-se de um horror simpático aos fãs do gênero, mas que serve como mero conteúdo extra de Invocação do Mal. Resta especular se o próximo derivado da saga, The Crooked Man, conseguirá realmente vingar como filme solo.
Avaliação: Regular