Crítica: 007 – Sem Tempo Para Morrer tem Rami Malek inspirado e muita ação
O novo longa de 007, após vários adiamentos, estreia nesta quinta-feira (30/9)
atualizado
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Um dos grandes méritos da franquia de James Bond é que os filmes vão sendo lançados e uma espinha dorsal é mantida, tornando cada título uma peça única e, ao mesmo tempo, parte de um universo. E, no meio disso, atores se sucedem no papel principal e a roda vai girando. 007 – Sem Tempo Para Morrer, que marca a saída de Daniel Craig da pele do protagonista, segue a mesma linha. Se, por uma lado é um bom filme de ação, por outro, tem um quê anticlimático, afinal, após às 2h43 minutos, lembramos mais do ótimo vilão de Rami Malek do que do nosso espião preferido.
Mas, antes de continuar, 007 – Sem Tempo Para Morrer não é um filme ruim, ao contrário. A produção, dirigida por Cary Joji Fukunaga (True Detective), tem ótimos momentos, sobretudo nas espetaculares sequências de perseguição com carros, nas cenas de ação e na rixa entre as versões masculinas e femininas de 007 – Nomi, de Lashana Lynch, incorpora muito bem o papel e dá uma resposta excelente aos críticos de uma mulher como a agente do MI6: “007 é só um número”.
Em 007 – Sem Tempo Para Morrer, Bond se une a Nomi para tentar frear um terrorista internacional – Lyutsifer Safin (Rami Malek) – de empregar uma arma biológica capaz de matar usando o DNA da vítima. Ocorre que, até chegarmos a esse ponto, o primeiro ato do filme é quase um recap de SPECTRE, em um ritmo lento, que acaba prejudicando. Neste momento, a agente cubana Paloma (Ana de Armas) surge e some. Numa participação bem mais reduzida do que indicavam as campanhas de marketing.
O ritmo dessa primeira parte da história é lento e parece um tipo de memória de tudo que Daniel Craig trouxe a James Bond: força, muita luta, cenas de ação bastante corporais, trocas de tiro espetaculares e por aí vai.
Acertos
Passado esse momento, 007 – Sem Tempo Para Morrer engrena e vira um thriller de ação/espionagem ao melhor modelo da franquia. E, ao mesmo tempo, Lyutsifer Safin surge e serve para colocar o próprio James Bond em questionamento. O espião, então, fica cada vez mais fragilizado e humano, o que torna o personagem mais multidimensional e completo.
Por fim, é válido falar que o filme mostra as personagens femininas por outro olhar: a Madeleine de Léa Seydoux não é mais uma mulher descartável. Paloma é uma agente bem treinada e Nomi protagoniza excelentes momentos de humor com Bond.
No fim das contas, mesmo que com um desfecho agridoce para Craig, 007 – Sem Tempo Para Morrer é uma produção divertida, que traz os elementos da franquia e aponta bons caminhos para o retorno de um novo James Bond.
P.S.: Há uma importante informação no pós-crédito.