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Coringa: FBI e exército dos EUA temem ataques de incels em cinemas

Filme tem sido acusado de incitar violência. Autoridades americanas já instruíram agentes sobre o que fazer em possíveis atos violentos

atualizado

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Warner Bros./Divulgação
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1 de 1 coringa-joker - Foto: Warner Bros./Divulgação

O filme Coringa, estreia mais aguardada de outubro nos cinemas, reacendeu o debate em torno da representação da violência na cultura pop e o quanto esse tratamento pode influenciar as pessoas, sobretudo jovens com saúde mental precária. A questão é tão urgente que preocupa até as autoridades norte-americanas. O FBI e o exército dos Estados Unidos alertaram agentes sobre a possibilidade de ataques em sessões do longa estrelado por Joaquin Phoenix.

Reportagem do site Gizmodo confirmou, nesta semana, que o FBI monitora posts de redes sociais associados a extremistas incels, termo que designa os chamados celibatários involuntários, homens que costumam destilar ódio contra mulheres e minorias em grupos fechados na internet.

Alerta

Em comunicado distribuído a agentes por e-mail no mês de setembro, o exército disse desconhecer ameaças ou suspeitos específicos. Mas revela que oficiais do Texas rastrearam conversas sobre possível ataque violento a um cinema não identificado que estivesse exibindo o filme Coringa.

Na nota, o exército chega a orientar como os agentes devem agir nos cinemas. Na entrada, identificarem imediatamente duas rotas de saída. E, em caso de tiroteio, “correr, se esconder e lutar”.

As autoridades americanas entendem que o principal vilão do Batman é um personagem idolatrado pelos incels. “Admiram sua postura de homem que apenas finge ser feliz, mas que eventualmente revida quem o zomba.”

A suposta ameaça logo foi relacionada ao ataque de um jovem a um cinema em Aurora (Colorado), em 2012, durante sessão de meia-noite do filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Doze pessoas morreram. Esse cinema não exibirá Coringa.

Em carta ao estúdio Warner Bros., responsável pelo longa, famílias de vítimas do tiroteio exigiram posicionamento do selo, pedindo que a marca pare de contribuir com políticos e candidatos que aceitam dinheiro da NRA, principal voz a favor do porte de armas, e são contra a reforma armamentista.

Repercussão

Todd Phillips, diretor do filme, e Phoenix comentaram a associação a incels dias antes do memorando do exército americano. “É uma terrível má interpretação do filme”, explicou Phillips. “Mas pode acontecer e não há como controlar.”

“Não deveríamos fazer isso, compreender gente que não compartilha nossos valores e opiniões?”, questionou Phoenix. “Quero que as pessoas tenham uma reação visceral, mas certamente não posso ditar como as pessoas vão assistir a um filme.”

O ator recentemente gerou controvérsia ao abandonar uma entrevista para o jornal inglês The Telegraph após ser perguntado se o filme poderia passar uma mensagem “errada” a parte do público, estimulando comportamento violento.

A Warner Bros. não respondeu às solicitações do Gizmodo para comentar o comunicado do exército dos EUA. Antes, o estúdio afirmou que o filme não endossa violência no mundo real. “Não é a intenção do filme, dos produtores ou do estúdio tratar este personagem como herói”.

Leia o comunicado do exército disparado aos agentes:

Team,

Posts on social media have made reference to involuntary celibate (“incel”) extremists replicating the 2012 theater shooting in Aurora, Colorado, at screenings of the Joker movie at nationwide theaters. This presents a potential risk to DOD personnel and family members, though there are no known specific credible threats to the opening of the Joker on 4 October.

Incels are individuals who express frustration from perceived disadvantages to starting intimate relationships. Incel extremists idolize violent individuals like the Aurora movie theater shooter. They also idolize the Joker character, the violent clown from the Batman series, admiring his depiction as a man who must pretend to be happy, but eventually fights back against his bullies.

When entering theaters, identify two escape routes, remain aware of your surroundings, and remember the phrase “run, hide, fight.” Run if you can. If you’re stuck, hide (also referred to as “sheltering in place”), and stay quiet. If a shooter finds you, fight with whatever you can.

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