Conheça o melhor e o pior da Pixar, o adorado estúdio de animação
Com a estreia de “Procurando Dory”, o Metrópoles faz uma retrospectiva dos 17 longas-metragens do estúdio
atualizado
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O sucesso da Pixar registra um capítulo interessante no cinema contemporâneo. As animações do estúdio, adquirido pela Disney em 2006, arrasam nas bilheterias, vencem o Oscar (são 13, contando melhor trilha e canção) e conquistam os corações dos críticos. Uma rara harmonia entre feito artístico e repercussão popular em todas as faixas etárias, novamente alcançada em “Procurando Dory”. Na lista abaixo, o Metrópoles avalia os 17 filmes do estúdio – do melhor ao pior.
Tanto uma febre cinéfila quanto um universo pop, a identidade Pixar coleta referências diversas: das próprias tradições de Hollywood na comédia, da atmosfera lúdica das antigas produções Disney e, especialmente, das animações do estúdio Ghibli, selo japonês do mestre Hayao Miyazaki (“A Viagem de Chihiro”).
Veja a nossa retrospectiva de todos os filmes da Pixar, do melhor ao pior:
“Toy Story” (1995)
É impressionante como a obra-prima do estúdio continua sendo justamente o primeiro longa de animação do selo. As ciladas de filme de terror e a ambientação tão realista e íntima quanto imaginária e gigantesca – marcas das animações seguintes – aproximam “Toy Story” da perfeição.
“Wall-E” (2008)
Comparado a “2001 – Um Odisseia no Espaço” (1968), não à toa é um dos produtos mais adultos da Pixar. Quase sem diálogos reconhecíveis, a ficção científica narra uma história de amor entre robôs num futuro pessimista, com o planeta cada vez mais autodestrutivo e consumista.
“Toy Story 2” (1999)
Poucas vezes na história da animação uma sequência pareceu tão inventiva quanto o original. Além de revelar o passado do Xerife Woody, o filme adensa a temática da solidão na infância ao procurar assuntos sérios (mortalidade, memória). Talvez seja o melhor roteiro da Pixar.
“Ratatouille” (2007)
Com um agradável ar de filme europeu, a Pixar espertamente se reinventa ao traduzir o batido tema da superação de um anônimo por meio do ratinho cozinheiro. Ao já esperado apuro visual, soma-se a intensidade das inspiradas cenas de humor físico.
“Toy Story 3” (2010)
Sempre lembrado pelas dramáticas cenas finais, o terceiro capítulo da franquia atingiu os adultos em cheio com suas referências à saída dos filhos de casa. Andy, o dono dos brinquedos, vai para a faculdade e doa os bonecos para uma creche. Uma singela e dolorosa história sobre amadurecer.
“Up – Altas Aventuras” (2009)
Segue a estrutura clássica do estúdio – um pessimista/inseguro obrigado a se aventurar, fazendo amigos no caminho – e, acredite, funciona melhor que muitos dramas tradicionais por aí, como o superestimado “Amor” (2012), de Michael Haneke.
“Divertida Mente” (2015)
Após “Toy Story 3”, a Pixar manteve as bilheterias no topo, mas enumerou filmes no máximo medianos. Em “Divertida Mente”, o estúdio escanteou a fórmula de melodrama adulto e abraçou o colorido ambíguo que envolve nossas memórias mais tenras, felizes e tristes.
“Procurando Nemo” (2003)
Um pai medroso e uma estranha com problemas de memória recente cruzam o oceano para achar um peixinho perdido. Apesar de replicar a interminável temática da volta para casa, a animação encanta com seus traços objetivos e seu catálogo de ótimos coadjuvantes.
“Os Incríveis” (2004)
A Pixar consegue conservar sua autenticidade mesmo quando resolve aderir à moda e fazer um filme de super-herói – antes de o gênero se tornar o ganha-pão de Hollywood. Uma narrativa sobre família, vida suburbana – e tudo de estranho e corriqueiro que pode acontecer em qualquer lar.
“Procurando Dory” (2015)
Mais um rearranjo de “Procurando Nemo” do que uma aventura solo original, o filme de (e para) Dory convence pelo carisma infalível de seus novos coadjuvantes, como o sisudo polvo Hank. Nas entrelinhas, ficam lições pueris: “seja você mesmo” ou “siga seu coração”.
“Vida de Inseto” (1998)
Na época do lançamento, a animação chamou mais atenção por uma briga de bastidores: houve desentendimento público entre a Pixar e a DreamWorks, de “FormiguinhaZ” (1998). Polêmica à parte, trata-se de um produto decente em suas firulas com miniaturas e escalas visuais.
“Monstros S.A.” (2001)
Ao longo dos anos, conseguiu criar um culto fervoroso em torno de suas metáforas sobre o medo de crescer. Em certo sentido, não deixa de ser também um produto de ideias frágeis, que seriam mais bem desenvolvidas em “Wall-E” e “Up”.
“O Bom Dinossauro” (2015)
A ideia era fazer, finalmente, o primeiro filme jurássico da Pixar. Saiu um remake torto de “O Rei Leão” (1994). De roteiro irregular, a animação alcança seus melhores momentos quando consegue traduzir o estado de espírito dos personagens em passagens visuais.
“Valente” (2012)
A primeira protagonista feminina da Pixar foi precedida pelas maiores fofocas de bastidores envolvendo o estúdio. Brenda Chapman (de “O Príncipe do Egito”) foi substituída no meio da produção por diferenças criativas. O resultado se vê na tela: um conto de fadas irregular e genérico.
“Carros” (2006)
No ano em que a Disney comprou a Pixar, o selo mandou aos cinemas um de seus filmes mais caretas: uma mera historinha de amizade com carros falantes. Um desenho que chove no molhado, quer cativar pelo visual deslumbrante – mas animação é bem mais do que cenários bonitos.
“Universidade Monstros” (2013)
Quando a Pixar vira um cartum preguiçoso. Ao situar os personagens em ambiente universitário, o estúdio cria uma sátira ingênua de filmes de farra, de “American Pie” a “Se Beber, Não Case”. Só serviu mesmo para enfraquecer o original.
“Carros 2” (2011)
O pior filme da Pixar comete a bobagem de querer adicionar elementos dos filmes de Jason Bourne e 007 a uma trama sobre carrinhos falantes. Espionagem à parte, a animação ainda entrega um visual que dispensa a sutileza em prol da pirotecnia de um blockbuster qualquer nota.