Com uma narrativa contundente e traços precisos, “O Bom Dinossauro” é uma boa pedida para toda a família
Filme narra a história de Arlo, um dino adolescente que nasceu menor do que a média dos seus pares e por isso tem uma autoestima baixa, nutrindo enorme insegurança diante da vida
atualizado
Compartilhar notícia
Já faz um bom tempo que animações atingiram um nível altíssimo de realismo visual. A textura e plasticidade de alguns projetos são tão encantadores e aconchegantes aos olhos do espectador, que dá vontade às vezes de fugir da realidade e se esconder dentro de algumas dessas aventuras lúdicas.
É o caso, por exemplo, do desenho da Pixar, “O Bom Dinossauro”, que conta a história de Arlo, um dino adolescente que nasceu menor do que a média dos seus pares e por isso tem uma autoestima baixa, nutrindo enorme insegurança diante da vida. Os pais fazendeiros lhe dão apoio e incentivo para enfrentar os obstáculos do dia a dia, mas para os irmãos ele não passa de um medroso.
Narrativa simples e traços precisos
Para conseguir o respeito de todos e deixar sua marca na parede de um silo, símbolo das conquistas de trabalho da unida família, ele terá que passar por grande prova de fogo enfrentando os seus demônios. Esse rito de passagem será apressado por tragédia marcante e amizade tocante com um menino das cavernas.
Dirigido por Peter Sohn, nova-iorquino do Bronx de ascendência sul-coreana que começou no ramo dublando personagens de animações de sucessos como “Os incríveis” (2004) e “Ratatouille” 2007, o filme talvez seja um dos trabalhos do gênero mais sensíveis e cativantes dos últimos anos.
De uma simplicidade narrativa contundente e com traços precisos, “O Bom Dinossauro” consegue prender a atenção da garotada que fica imóvel na poltrona, sem precisar maquiar a trama com irritantes shows de pirotecnias visuais e personagens de feições mirabolantes. Talvez por isso consiga aprofundar e tocar fundo os corações de crianças e adultos, abordando temas universais caros à existência humana como a luta pela sobrevivência num ambiente cada vez mais competitivo – seja em que contexto for -, e a perda de um ente querido.
“Não sou como você. Para mim você é melhor”, diz o pai, encorajando o pequeno Arlo.
Há pelo menos dois momentos mágicos na fita. Um deles é a dança lírica de pai e filho dinossauros num horizonte tomado por vagalumes. Outro é a sutileza com que o diretor consegue transmitir para a garotada que Arlo é um órfão.
Ah, sim, não se esqueça de levar um lencinho para o the end.
Avaliação: Bom
Veja horários e salas de “O Bom Dinossauro”.