Cinemas drive-in viram tendência em Brasília na pandemia. Veja as opções
Com as restrições de circulação, os cinemas ao ar-livre, vistos de dentro do carro, estão em alta: ao menos quatro funcionarão em Brasília
atualizado
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Entre os anos 1970 e 1980, no Brasil, uma imensa tela exibindo filme para um público vidrado era a moda do momento. Dentro dos carros, famílias inteiras e casais apaixonados se divertiam com a atração. No entanto, após o surgimento das locadoras, dos cinemas digitais, o modelo drive-in foi, aos poucos, sendo esquecido.
Em Brasília, reinava o único exemplar desse tipo de entretenimento restante na América Latina. A solidão do espaço foi tema de filme – O Último Cine Drive-in, de Iberê Camargo. Contudo, a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, transformou algo deixado para trás em tendência: em junho, ao menos quatro novos cinemas ao ar-livre estarão em funcionamento no Distrito Federal. E deve vir mais por aí.
Em uma semana, o solitário “cinema para carros” localizado no Autódromo ganhou a companhia de duas iniciativas dessa natureza: uma na Asa Sul e outra em um shopping de Taguatinga. E ainda aguarda mais uma: em local a definir.
Com salas de cinema fechadas, mesmo após a reabertura dos shoppings, e sem bares e restaurantes, a população adotou o drive-in como entretenimento – a própria dinâmica do espaço estimula o distanciamento, cada um em seu veículo. O cinema do Autódromo, por exemplo, viu seu movimento crescer expressivamente desde sua reabertura, em abril.
Ao lado de Formiga XP, Guto Jabour e Renato de Luca, a empresária Nina Rocha está à frente do Festival Drive-in, que, além de filmes (organizados em sessões temáticas de comédia, terror e ação), promoverá shows musicais e espetáculos de stand-up. A iniciativa seguirá até agosto, com uma tela de 198m² e capacidade para 250 automóveis – observadas as normas de distanciamento para se prevenir do coronavírus.
“O drive-in é uma opção segura de entretenimento em tempos como este que estamos passando. A alternativa de poder assistir a um filme em uma supertela, com roupas confortáveis, dentro do próprio carro, e, ainda assim, ao ar livre, é um grande atrativo”, avalia Nina.
Outra novidade é o Cine Club Picnik, idealizado por empreendedores culturais da capital da República. A proposta é exibir na Asa Sul filmes aliados à programação de take out dos restaurantes do complexo Infinu: que reúne alimentação e marcas da economia criativa de Brasília. A previsão de abertura é em junho, em data a definir, na W3 Sul.
“Essa modalidade de drive-in é a grande tendência do momento, seguindo o movimento de Low Touch Economy, que prega a economia criativa em tempos de isolamento social”, explica Miguel Galvão, um dos sócios do projeto. O grupo agora negocia com órgãos locais a instalação de equipamentos voltados a um protocolo de segurança sanitária.
Inspirado nos cinemas ao ar livre dos anos 1950 e 1960, o Taguatinga Shopping lança um drive-in no estacionamento do local. Haverá duas sessões por dia de exibição. Vídeos com instruções de segurança serão mostrados antes da projeção do filme, dentro dos padrões preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
“A iniciativa faz parte de uma série de iniciativas para promover opções de diversão que oferecem entretenimento seguro para toda a família”, salienta a gerente de marketing do projeto, Maíra Garcia.