Cinemas de todo o mundo se preparam para reabrir: veja como se proteger
Noruega, Coreia do Sul, Nova Zelândia e outros se preparam para retornar com as atividades nas telas, mas com medidas de segurança
atualizado
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Ainda que a pandemia do coronavírus não esteja completamente controlada, cinemas de todo o mundo começam a se preparar para reabrir as portas e recuperar a economia do setor, fortemente atingido por conta da Covid-19. Além de uma série de estreias adiadas para o final do ano ou ano que vem, cinemas brasileiros zeraram, pela primeira vez, o público nas salas e registraram perdas bilionárias.
Alguns locais, porém, já vêem o cenário controlado o suficiente para retornar aos trabalhos com medidas de segurança. Coreia do Sul, Nova Zelândia, Estados Unidos, Islândia, Noruega, Portugal e Suécia se preparam para voltar com o entretenimento dos cinéfilos, mesmo sem novos filmes no catálogo.
De forma geral, todos os países citados adotaram medidas básicas, como a restrição do número de espectadores em cada sala, distanciamento de lugares e desinfecção constante do espaço com álcool em gel e desinfetante.
Pelo mundo
Pioneiro no retorno dos cinemas pós-pandemia, a Coreia do Sul voltou, no final do abril, com os cinemas. Segundo o site SyFy, a venda dos ingressos está sendo feita sem contato físico, por meio de quiosques automatizados que permitem retirar o bilhete e reservar o local que quer se sentar. Assentos escalonados, medição de temperatura e uso obrigatório de máscara também são regras básicas para frequentar os cinemas.
Na última semana, a Nova Zelândia liberou os cinemas com apenas 100 pessoas em cada sala e os funcionários devem ser reduzidos em até 50%. Já Islândia, Noruega, Portugal (exceto Lisboa) e República Tcheca seguem o caminho das medidas básicas de proteção – uso de máscara, desinfecção constante e distanciamento entre espectadores. Nos Estados Unidos, cinemas de algumas partes do país, como o Texas, restringiram o número de pessoas em cada sala a 25% da capacidade total.
A Suécia, por sua vez, não fechou os cinemas no período da pandemia, eles apenas reduziram para 50 o número de pessoas em cada sala. Vale lembrar que o país já registrou mais de 4 mil mortes pelo coronavírus.
Professor da Universidade de Brasília (UnB), do Departamento de Saúde Coletiva, Jonas Brant explicou que os países citados conseguiram controlar a curva de contaminação da Covid-19. “É importante perceber que essas nações estão fazendo isso porque reverteram a curva de transmissão e só reabriram com a queda dos casos. Eles conseguiram conter o surto”, afirmou.
Segundo Brant, as medidas tomadas pelos cinemas tendem a dar certo exatamente pela curva de transmissão do vírus estar baixa: “Se eu tenho um nível de incidência muito baixo, a probabilidade de ter alguém na sala do cinema com a doença também é baixa”.
No Brasil
Com 514,8 mil casos confirmados e 29.314 mortos, segundo últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o Brasil não tem previsão de retorno nos cinemas. Ainda segundo o professor da UnB, as notícias não são boas para os cinéfilos de plantão. “O setor econômico abrir agora é um tiro no pé, porque vai ter que fechar novamente, e o retorno vai demorar mais. Se contiver agora tem chance de voltar mais rápido”, explicou. Vale lembrar que novo decreto definiu reabertura de shoppings, mas sem os cinemas.
“[As medidas de proteção adotadas pelos outros países] no Brasil, não funcionaria. Se eu tiver alguém infectado lá dentro [de cinemas de outros países] eu enfrento o surto, já no Brasil terá centenas de surto e não vou dar conta dele. Nosso desafio é o sistema de saúde e a importância da vigilância sanitária”, afirmou Brant.
Com isso, os cinemas ao ar livre ou cine drive-in tomaram conta de todo o país. Brasília era dona do único drive-in em funcionamento do país.
Matéria divulgada pelo Metrópoles mostra que o Cine Drive-in localizado no Autódromo de Brasília registrou um aumento de, aproximadamente, 325% na procura. Após o sucesso, três novos locais de cinema ao ar livre chegam na cidade.