Cinema e streaming ofertam experiências diferentes com qualidade igual
Diferente de concorrentes, as plataformas de exibição se complementam para ofertar ao público ótimas produções
atualizado
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Os serviços de streaming mais populares do mundo (Netflix e Amazon Prime) colocaram o foco no cinema. Comportando-se como estúdios, as duas empresas de tecnologia contratam cineastas, atores e produtores hollywoodianos e começam a acirrar a disputa com os realizadores tradicionais da sétima arte. Nessa “briga” quem ganha é o público, pois aumentam os canais de distribuição de produções cinematográficas.
No Oscar 2017, na categoria melhor documentário em curta-metragem, o vencedor “Os Capacetes Brancos” (foto principal) não foi exibido nas telonas. O mesmo ocorreu com “Já Não me Sinto Mais em Casa”, ganhador do Sundance — maior festival de cinema independente norte-americano. As duas produções foram exibidas na Netflix.A gigante do streaming não parou por aí. Recentemente, anunciou nomes de peso em seus lançamentos exclusivos na web. Martin Scorsese, com “The Irishman”, Brad Pitt, com “The War Machine” e Will Smith, com “Bright”, formam um estrelado time que tenta dar aos filmes o mesmo respaldo conseguido pelas séries nos últimos anos.
Com outra estratégia, a Amazon Prime também dá os primeiros passos na criação de filmes. O serviço de streaming co-produziu “Manchester à Beira-Mar”, agraciado com os Oscars de melhor roteiro e melhor ator (Casey Affleck). No entanto, a estratégia de lançamento foi colocar a obra, inicialmente, nos cinemas e depois disponibilizar na internet.
Consumo diferente
Desde os anos 1980, estúdios e cinemas concordaram com intervalos de 90 dias entre o lançamento dos filmes e sua chegada aos lares, acreditando que um período inferior interferiria na sua principal fonte de lucro: as bilheterias. A estreia do filme diretamente no streaming sinaliza uma mudança mais ampla na forma de consumo na indústria do entretenimento.
O fato é que a experiência de ir ao cinema, comer uma pipoca, sentar na poltrona e assistir às produções é única e ainda capaz de atrair muitas pessoas — mesmo com a comodidade da Netflix. Exemplo disso, são títulos como “Minha Mãe É Uma Peça 2” e “Logan”, verdadeiros sucessos de bilheteria.
“Minha Mãe É Uma Peça 2” foi o filme mais lucrativo da história do cinema nacional. A comédia da Paulo Gustavo arrecadou mais de R$ 117 milhões em 2016 e início de 2017. Logan lidera a bilheteria da semana e, em quatro dias, fez mais de R$ 25 milhões, apenas no Brasil.