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Chico Buarque é múltiplo muito antes de o termo cair no lugar-comum. Ele tem se dividido entre a música, sua principal atividade, e a literatura, na qual estreou em fins dos anos 1960, com o poema A bordo do Rui Barbosa, e à qual tem se dedicado com mais afinco dos anos 1990 para cá. Pois o artista também tem uma ligação profícua com o cinema. Sua colaboração à sétima arte inspira, pela primeira vez, um festival. A Mostra Chico Buarque no Cinema acontece de 25 de janeiro a 1º de fevereiro, no Estação NET Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
A mostra, idealizada pelo diretor e agitador cultural Cavi Borges, faz um panorama da abrangência de relações do artista com o cinema, seja como compositor de temas, autor de livros adaptados, roteirista e até mesmo ator. A abertura será com Ópera do Malandro (1985), de Ruy Guerra, adaptação do musical encenado em 1978 e cuja versão cinematográfica ganhou novas canções (Último blues e Palavra de mulher, entre outras) com Chico assinando o roteiro juntamente com Guerra. A seleção traz ainda três longas inspirados em livros do autor: Estorvo (1998), também de Ruy Guerra; Budapeste (2009), de Walter Carvalho, e o inédito Benjamim Zambraia e o autopanóptico, de Felipe Cataldo, que terá pré-estreia no dia 26.