Cinema brasileiro é o grande vencedor do segmento LGBTI, na Berlinale
Melhor filme fica com Tinta bruta, e Bixa travesty se destaca no segmento LGBTI. Karim Aïnouz recebe o Prêmio da Anistia Internacional
atualizado
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O filme Aeroporto Central, do cearense Karim Aïnouz, foi premiado neste sábado (24/02) com o Prêmio da Anistia Internacional, escolhido por um júri independente do Festival de Cinema de Berlim para obras que se destacam na abordagem de temas ligados aos direitos humanos. A produção, que integrou a seção paralela Panorama, retrata a vida dos refugiados nos hangares do antigo aeroporto de Tempelhof, em Berlim, que foi desativado.
Nesta sexta-feira, outras produções brasileiras ganharam prêmios paralelos na Berlinale. O longa Tinta bruta, dos diretores gaúchos Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, venceu a categoria de melhor longa-metragem no Teddy Awards, segmento dedicado a obras LGBTI. A produção também ganhou o CICAE Art Cinema Award neste sábado.
Bixa travesty, do casal Claudia Priscilla e Kiko Goifman, levou o Teddy Award de melhor documentário com temática LGBTI. Os dois filmes também foram exibidos na mostra Panorama.Já o longa As herdeiras, do diretor paraguaio Marcelo Martinessi e que tem coprodução brasileira, venceu o Teddy Readers Award, prêmio concedido por um júri formado pelos leitores da revista alemã Mannschaft Magazin, dedicada à temática gay. A obra está entre os 19 filmes da competição oficial da Berlinale.
O prêmio especial do júri do Teddy Award foi para Obscuro Barroco, uma produção greco-francesa que aborda a cena transgênera no Rio de Janeiro.
Na mostra paralela Panorama, o documentário O processo, da diretora Maria Augusta Ramos e que aborda o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ficou com o terceiro lugar no prêmio do público na categoria documentário.
Os filmes
Tinta bruta mostra o universo de Pedro, um jovem que foi expulso da faculdade após agredir um colega. Na internet, Pedro é conhecido como Garoto Neon e ganha a vida fazendo performances num site de sexo virtual.
Bixa travesty narra a trajetória da cantora transexual Linn da Quebrada, que se define como “bicha, trans, preta e periférica”. O documentário também aborda a cena musical dos artistas trans de São Paulo.
As herdeiras, por sua vez, conta a história de um casal de mulheres que vive num casarão de Assunção em meio a um cenário de decadência financeira. A história é ambientada à época da queda do ex-presidente Fernando Lugo, em 2012.
Também nesta sexta-feira, As herdeiras já havia sido eleito melhor filme pelo júri da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) entre os 19 longas da competição do 68º Festival de Berlim.